O presidente do , Roberto Campos Neto, sinalizou nesta sexta-feira, 30, que os ajustes das taxas de juros pela autarquia serão graduais “se e quando” houver necessidade de fazê-los. As declarações foram dadas durante um painel na Expert XP, em São Paulo.
“Entendemos que existe hoje um prêmio de risco na parte curta da curva de juros que não é compatível com a mensagem que foi transmitida na ata, nas comunicações, e que foi fruto de convergência de opiniões da diretoria colegiada”, afirmou Campos Neto.
O chefe da autoridade monetária disse ainda que a instituição preferiu não dar um guidance [direcionamento, em tradução livre] por entender que o momento requer flexibilidade. Ele acrescentou que o BC está muito dependente de dados.
Além disso, Campos Neto falou sobre o balanço de risco citado na última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que parte do mercado considerou assimétrico. O presidente do BC esclareceu que a gradação de riscos mudou.
“Assimetria não é guidance“, disse. “A gente está mais dependente de dados. Se der um guidance e mudar num período muito curto, tem um custo de credibilidade para o BC.”
Durante o painel do evento promovido pela XP Investimentos, o presidente do BC reiterou ainda o compromisso da instituição em buscar a meta de inflação de 3% ao ano e disse a que a autoridade monetária “fará o que for necessário” para atingir esse objetivo.
Campos Neto fala sobre leilão de dólar
O presidente do BC também falou sobre a decisão da autoridade monetária de leiloar até US$ 1,5 bilhão no mercado à vista de câmbio nesta sexta-feira.
Esta é a segunda intervenção feita pela instituição no câmbio desde o retorno de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República, em 2023.
Segundo o chefe da autarquia, se novas intervenções forem necessárias, “assim faremos”. Campos Neto destacou que o BC entendeu que era necessário reequilibrar o fluxo de dólares devido a um rebalanceamento de índice do mercado.
Ele afirmou ainda que o câmbio é flutuante, e que as movimentações ocorrem em momentos de disfuncionalidade no mercado.
Fonte: revistaoeste