De janeiro a setembro deste ano, desastres naturais no Brasil causaram prejuízos econômicos de pelo menos US$ 6,4 bilhões (R$ 37,3 bilhões), segundo um relatório da Aon, empresa britânica especializada em gestão de riscos e resseguros. O jornal Folha de S.Paulo divulgou a informação neste sábado, 30.
O sofreu as maiores perdas, com as enchentes que aconteceram de 28 de abril a 3 de maio. O fenômeno resultou em prejuízos de cerca de US$ 5 bilhões (R$ 29,14 bilhões) e na morte de 182 pessoas.
Incêndios florestais em várias regiões do país geraram danos de aproximadamente US$ 360 milhões, enquanto a seca causou ainda mais prejuízos, estimados em US$ 470 milhões.
Apesar desses números, o total de prejuízos representa uma redução de 57% em relação a 2023, quando os danos ultrapassaram US$ 10 bilhões, por causa de uma seca histórica na Bacia do Rio da Prata.
Brasil tem maior frequência de desastres naturais
Beatriz Protásio, CEO de resseguros da Aon no Brasil, afirma que o país, antes visto como de baixo risco para grandes desastres naturais, tem enfrentado eventos climáticos extremos com maior frequência desde 2019.
“A vulnerabilidade do Brasil a eventos climáticos extremos tornou-se mais evidente nos últimos anos devido à falta de estratégias adequadas de resiliência”, afirmou Beatriz à Folha. “É crucial identificar e quantificar as ameaças para mitigar seus impactos.”
Globalmente, as perdas econômicas por desastres naturais, de janeiro a setembro, somaram US$ 258 bilhões. O Furacão Helene, que causou US$ 55 bilhões em perdas nos Estados Unidos, foi o evento mais impactante. Nos EUA, 80% das perdas foram cobertas por seguros, diferentemente do Brasil, onde a maioria dos danos não está segurada.
Estimativas da Aon mostram que, no Brasil, a lacuna de proteção é de cerca de 95%, calculada ao longo de 25 anos. Isso foi debatido na Câmara dos Deputados, onde se buscam estratégias para reduzir a vulnerabilidade dos segurados.
Beatriz atribui a baixa penetração dos seguros a fatores como falta de conhecimento e uma cultura mais reativa do que preventiva.
Fonte: revistaoeste