Em comparação ao ano passado, o azeite de oliva teve um aumento de quase 50% no seu preço. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (), a alta é atribuída ao calor e à seca “que atingem a Europa”. A maior parte da produção mundial do produto vem do continente europeu, com destaque para Espanha, Itália e Grécia.
O Brasil depende principalmente de Portugal — 53% do total — para suas importações de azeite de oliva. Espanha, Paraguai, argentina, Itália e Chile são outros importantes fornecedores.
Queda nas importações do azeite de oliva
De outubro de 2023 a março de 2024, o Brasil reduziu suas importações de azeite em 32%, de acordo com dados do Conselho Internacional do Azeite (COI). No comparativo com 2021, a produção global de azeite caiu 8% em 2022. Na Europa, a queda foi de 20% de 2022 para 2023.
Em algumas regiões do continente europeu, as oliveiras, que normalmente produzem 80 kg de azeitonas por árvore, estão rendendo apenas 25 kg.
Alta se deve às dificuldades na produção de azeitonas
A Espanha enfrenta a quarta quebra de safra consecutiva das oliveiras. Alguns pés chegaram a morrer por causa do calor e da seca. “Sem frutos e com o consumo se mantendo alto, os preços não devem baixar”, afirmou o doutor em economia Carlos Eduardo de Freitas Vian, ao portal g1.
Vian também afirma que não há perspectiva de melhora no cenário atual. A oliveira é uma planta que dura muito tempo. Uma mesma árvore dá frutos por vários anos. “Para abaixar os preços, seriam necessárias mais de uma safra para repor os estoques.”
As oliveiras recém-plantadas levam cerca de três anos para dar frutos. Além disso, a colheita de azeitonas ocorre apenas por três meses ao ano. No entanto, o fornecimento de azeite é contínuo durante 12 meses.
“A única perspectiva de uma estabilização dos preços é se o consumo começar a cair, com a troca do azeite de oliva por outros produtos”, explicou Vian. “Ainda assim, o reflexo demoraria para aparecer nas gôndolas dos supermercados.”
Fonte: revistaoeste