Os preços dos combustíveis sobem em todo o Brasil a partir deste sábado, 1º. Os reajustes no diesel acontecem devido à disparidade entre os preços praticados no Brasil e no exterior, enquanto a gasolina e o etanol terão reajuste apenas no imposto sobre o litro.
De acordo com a , o preço do diesel no país está defasado em 15%, enquanto a gasolina apresenta uma defasagem de 6%.
🔴 Defasagem média DIESEL em 30/01/2025: -14 %.
Defasagem média anual: -7.36 %.
Fonte: ABICOM pic.twitter.com/SgnbRTsRIU— EconDataViz (@econdataviz) January 30, 2025
O diesel terá dois aumentos. Como sua defasagem é maior, as distribuidoras pagarão R$ 0,22 a mais por litro. Além disso, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) sobre o combustível, cobrado pelos Estados, será reajustado em R$ 0,06 por litro.
Assim, o preço do litro do diesel para as distribuidoras passará a ser R$ 3,72 e o ICMS médio será de R$ 1,12 por litro. Já a gasolina e o etanol terão reajustes apenas no valor do ICMS, que aumentará em média R$ 0,10 por litro, o que eleva o valor para R$ 1,47.
A , em nota, disse que o preço do diesel caiu nos últimos anos. A estatal afirma que desde dezembro de 2022 houve uma redução de R$ 1,20 por litro (ou 24,5%) no combustível, considerando a inflação do período. Em 2024, a Petrobras fechou o ano sem reajustar o preço do diesel pela primeira vez em 13 anos.
🔴 Defasagem média GASOLINA em 31/01/2025: -6 %.
Defasagem média anual: -6.58 %.
Fonte: ABICOM pic.twitter.com/yeKbOGz1QQ— EconDataViz (@econdataviz) January 31, 2025
A petroleira mudou sua política de preços no ano passado. Ela deixou de seguir a paridade internacional, ou seja, a prática de ajustar os preços de acordo com as variações do dólar e do petróleo no mercado internacional.
A categoria dos motoristas de carga lamenta o aumento. “O diesel é responsável por aproximadamente 35% dos custos operacionais no transporte rodoviário de cargas”, diz o presidente da Federação das Empresas de Transporte de Carga do Estado de São Paulo (FETCESP), Carlos Panzan.
“A elevação desse insumo impacta diretamente o setor, especialmente em segmentos como o agronegócio, que dependem de rotas longas e caminhões pesados”, diz ele. “O repasse desse aumento ao valor do frete não é imediato, podendo levar até quatro meses para ser efetivado, devido à necessidade de negociações e ajustes contratuais.”
Esses aumentos terão reflexos na inflação e no preço dos alimentos. “No Brasil quase tudo é transportado por caminhões”, diz José Alberto Gouveia, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), ao portal UOL. “Então, se aumentou o custo do frete, esse valor será passado para os produtos e repassado para o consumidor”
Alexandre Espírito Santo, economista da Way Investimentos, alerta que o impacto do aumento do diesel na cadeia de produtos será indireto, mas “significativo e abrangente”. Já o aumento da gasolina deve ter impacto direto sobre o , o índice oficial da inflação no Brasil.
O economista acredita que o Banco Central terá que manter a política de aumento das taxas de juros para conter a inflação, que, em 2024, ficou acima da meta. A inflação dos alimentos no ano passado foi de 8,23%, enquanto o IPCA geral ficou em 4,83%.
Fonte: revistaoeste