Maior banco privado da América Latina, o Itaú pode deixar a Argentina. Na terça-feira 6, a instituição anunciou a negociação para vender os ativos no país.
Em um comunicado ao mercado, o Itaú informou que “está em negociação preliminar com o Banco Macro S.A., sediado na Argentina, com o objetivo de alienar suas operações no referido país”.
“Listado na Bolsa de buenos aires e Nova Iorque, o Banco Macro S.A. é um dos principais bancos privados argentinos”, afirma. “Possui uma extensa rede de agências no país e oferece produtos e serviços financeiros para todo o território argentino, atendendo a todos os segmentos, desde pessoas físicas até grandes empresas.”
De acordo com o texto, o comunicado ocorreu em resposta a uma reportagem do jornal argentino La Nación. A reportagem cita a instabilidade macroeconômica, a inflação descontrolada e a alta volatilidade da taxa de câmbio como preocupações do mercado financeiro argentino.
O mercado argentino é reconhecido por se tornar de alto risco para empresas internacionais, informa o jornal. “Muitos também temem o risco à reputação que pode surgir em um momento de tanta incerteza econômica e política”, informa o texto. “Nesse sentido, não faltam exemplos recentes de entidades que sofreram algum tipo de perseguição em momentos de crise”, escreve o La Nación, citando que “as memórias do HSBC e do Citi ainda estão frescas no sistema”.
Itaú na Argentina
Apesar de figurar no topo do mercado latino-americano, o banco brasileiro não aparece nem entre os dez maiores que atuam em território argentino. “Para sermos líderes, temos que estar entre os três primeiros nos diferentes países onde atuamos”, reconheceu Ricardo Marino. Ele é presidente do Conselho do banco brasileiro para a América Latina.
O início das operações do banco no país remonta a 1994, de acordo com o La Nación. Atualmente, o Itaú tem 58 agências na Argentina.
Fonte: revistaoeste