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Economia

Haddad envia forte mensagem ao Congresso: é hora de avançar e trabalhar juntos pelo país

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou a redução na taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 13,25% ao ano, anunciada na quarta-feira 2.

Desde que Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse, aliados e o próprio presidente têm centrado fogo em Roberto Campos Neto, chefe do Banco Central (BC).

Até então, os petistas culpavam Campos Neto pela atual taxa de juros e pressionavam o Comitê de Política Monetária (Copom) por uma redução forçada nos juros.

Segundo Haddad, Campos Neto adotou um voto técnico. “Eu tenho certeza, até por conhecê-lo há oito meses, que o presidente do BC votou com aquilo que ele conhece de economia. É um voto técnico, calibrado, à luz de tudo o que ele conhece da realidade do país. Eu tenho convicção”, disse ainda ontem.

Dois dos diretores do BC, indicados por Haddad e ratificados por Lula, participaram pela primeira vez da votação para definir a nova taxa de juros. Gabriel Galípolo e Ailton de Aquino defenderam a redução de 0,50 pontos percentual, sendo acompanhados por outros dois diretores.

A votação empatou, pois, outros quatro diretores defenderam um corte mais moderado, de 0,25 ponto percentual. O voto decisivo foi de Campos Neto. Ele optou pela redução de 0,50.

“O que houve foi uma situação de voto apertada mesmo, todas dignas e legítimas”, admitiu Haddad. “Tenho certeza de que o voto dele [Campos Neto] foi totalmente balizado em considerações de natureza técnica”, disse o ministro da Fazenda.

Lula destoa de Haddad

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Desde que tomou posse, Lula tem direcionado os ataques ao presidente do BC, Roberto Campos Neto | Foto: Gov

Horas antes de o Copom iniciar a votação para definir a taxa de juros, o presidente Lula voltou a atacar o diretor do Banco Central.

Na manhã de ontem, o petista se referiu a Campos Neto como “esse rapaz” e disse que o dirigente não entende o país, além de não atender aos interesses do povo.

Ainda , Fernando Haddad acredita que tudo isso faz parte de “divergências” públicas e que são resultado da livre manifestação em uma democracia.

“Comemoração” dura pouco

A comemoração de Haddad não durou muito. Nesta quinta-feira, 3, a equipe do ministro já volta a atenção a outro problema que o governo precisa enfrentar.

O ministério tenta “achar” R$ 130 bilhões em recursos novos para cumprir a promessa de zerar o déficit primário em 2024. As receitas adicionais precisam constar na proposta de Orçamento para o ano que vem, que deve ser enviada ao Congresso.

O governo espera a aprovação de mudanças na legislação que tramitam no Parlamento para ajudar a “recompor” o caixa, no entanto algumas delas ainda não foram apresentadas formalmente.

O ministro aposta no projeto de lei que devolve ao governo o voto de desempate em disputas no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). A proposta já foi aprovada na Câmara e agora será examinada no Senado. Com ela, o governo espera engordar a arrecadação entre R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões.

“Recado” aos demais Poderes

Ontem, o ministro de Lula depositou suas esperanças no início do corte da taxa de juros. Segundo Haddad, a redução é um “recado” para os demais Poderes. Ele acredita que há necessidade de continuar com “” econômicas tendo em vista o desafio fiscal já para 2024.

“Não é hora de baixar a guarda, é muito desafiador o ano que vem”, admitiu Haddad. “Esse resultado de hoje dá um alento, porque estávamos vendo uma queda de arrecadação importante, uma desaceleração muito forte, e eu penso que as coisas vão se enquadrar”, disse o ministro.

Leia também: “Mais impostos à vista”, reportagem publicada na edição 170 da Revista Oeste

Fonte: revistaoeste

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