A montadora General Motors (GM) vai iniciar nesta terça-feira, 5, o Programa de Demissão Voluntária (PDV) depois da Justiça do Trabalho ter cancelado cerca de 1,2 mil demissões nas três fábricas da empresa no Estado de São Paulo. O programa vai acontecer até 12 de dezembro.
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O PDV surgiu de negociações com sindicatos das três fábricas da GM, que aprovaram o programa de demissão na última sexta-feira, 1º. Além das verbas rescisórias previstas em lei, o programa agrega os seguintes benefícios:
- seis meses de salário, adicional de R$ 15 mil e plano médico por três meses, ou R$ 6 mil para trabalhadores que tenham de um a seis anos de empresa;
- cinco meses de salário, um Chevrolet Onix Hatch LS ou R$ 85 mil e plano médico por seis meses ou R$ 12 mil para trabalhadores que tenham sete anos ou mais de empresa;
- para cada adesão de trabalhador ativo na fábrica, haverá retorno de outro trabalhador em licença remunerada;
- compensação de 50% até 30 de junho de 2024, de acordo com a necessidade de produção em relação aos dias parados durante a greve; ou
- estabilidade no emprego até 3 de maio de 2024 para quem não aderir ao PDV.
Para reverter as demissões nas linhas de produção de São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes, o quadro de funcionários da GM fez greve por 17 dias. A paralisação foi encerrada em 8 de novembro.
A greve buscava mobilizar a companhia a pagar os dias parados e licença remunerada para os funcionários que foram demitidos.
GM afirma que a queda de vendas ocasionou as demissões
A GM afirmou que “os empregados da General Motors das fábricas de São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes aceitaram a proposta da empresa de um programa de desligamento voluntário, depois de assembleias realizadas pelos sindicatos dos metalúrgicos das respectivas unidades.”
Em nota, a montadora justificou o PDV pelas quedas nas vendas e nas exportações de veículos.
O secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, Renato Almeida, disse que o PDV já era uma alternativa às “demissões arbitrárias da GM”. O sindicalista ainda afirmou que não vai colocar “um ponto final na luta em defesa dos empregos”.
“Estaremos atentos a qualquer movimentação da empresa no sentido de realizar novos cortes”, afirmou Almeida. “Combatemos de forma permanente toda medida que seja prejudicial aos trabalhadores.”
Fonte: revistaoeste