O Sport Club Corinthians Paulista, a torcida uniformizada Gaviões da Fiel e a Caixa Econômica Federal assinaram, nesta sexta-feira, 18, um acordo para quitar a Neo Química Arena, estádio do Timão. A dívida ultrapassa R$ 700 milhões.
Na última semana, a torcida organizada havia se reunido com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, para apresentar a proposta. O documento oficializa e regulamenta a “vaquinha”, fundo coletivo que receberá doações dos torcedores.
O projeto abrirá uma conta bancária na qual os torcedores poderão depositar valores, a fim de que o clube os destine à Caixa, para quitar a dívida contraída ao longo da construção da Neo Química Arena. Corinthians, Gaviões e Caixa se reúnem nesta sexta-feira, 18, para atender a imprensa e selar o acordo.
O evento contará com a presença do ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha; do presidente da Caixa, Carlos Vieira; e da diretoria do Corinthians e da Gaviões da Fiel.
“Depois da assinatura, o Gaviões irá trabalhar para anunciar a plataforma, o site e a chave Pix, permitindo que os pagamentos sejam feitos diretamente na conta da Caixa, sem a possibilidade de movimentação da conta pela ou pelo Corinthians”, afirmou a torcida organizada, em nota. A Gaviões também pretende disponibilizar um painel de arrecadação em tempo real, o que garante sua transparência.
“Mais uma vez, Fiel: não caiam em golpes”, alertou a torcida. No último mês, golpistas lançaram uma falsa vaquinha nas redes sociais. Ainda não há uma chave Pix oficial para a vaquinha.
Dívida do Corinthians ultrapassa os R$ 700 mi
Nos últimos quatro anos, a dívida do estádio saltou de R$ 566 milhões em 2020 para R$ 710 milhões até meados de 2024. Os débitos tiveram origem nos juros do financiamento de R$ 400 milhões feito pelo em 2014, junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, por meio da Caixa.
A “vaquinha”, no entanto, é apenas um dos projetos que o time planeja para tirar suas contas do vermelho. O setor financeiro da equipe pretende lançar cotas de um fundo imobiliário para os torcedores, iniciativa idealizada ainda na gestão anterior, de Duílio Monteiro Alves, mas não foi para a frente na ocasião.
“Resgatamos esse projeto porque realmente achamos ele muito bom”, disse Pedro Silveira, diretor financeiro do Corinthians. “É uma maneira de os torcedores também serem donos da Arena e, quem sabe, ajudar a o clube a pagar essa dívida.” A dívida bruta total do clube já passa da casa dos R$ 2,3 bilhões.
O valor de R$ 710 milhões pode ser alcançado se cada torcedor do clube contribuir com R$ 23,35, um valor menor do que o ingresso mais barato para a semifinal da Copa do Brasil contra o Flamengo, que custou R$ 28 nos setores norte e sul pelo plano “Minha Vida” no Fiel Torcedor. Caso metade da torcida faça a doação, a quantia necessária dobra para R$ 46,70 por pessoa.
A torcida corintiana é estimada em cerca de 30,4 milhões de pessoas, de acordo com a pesquisa Atlasintel de agosto deste ano. Se cada torcedor contribuir com apenas R$ 1, a vaquinha arrecadaria 4,34% do valor total da dívida. Se a doação individual subir para R$ 10, o porcentual arrecadado sobe para 43,4%, segundo levantamento do Uol Esporte.
Leia a nota da Gaviões da Fiel na íntegra
“Nesta sexta-feira (18), a diretoria do Gaviões da Fiel, juntamente com a Caixa e a diretoria do Corinthians, assinam o Protocolo de Intenções referente à dívida contraída pela Arena Itaquera S.A. junto ao banco.
A Caixa apoia os esforços entre a torcida organizada e o clube na busca de alternativas para que a Fiel Torcida possa contribuir financeiramente para a quitação da dívida do estádio.
Após a assinatura, o Gaviões irá trabalhar para anunciar a plataforma, o site e a chave PIX, permitindo que os pagamentos sejam feitos diretamente na conta da Caixa, sem a possibilidade de movimentação da conta pelo Gaviões ou pelo Corinthians.
Mais uma vez, Fiel: não caiam em golpes. A assinatura não significa que a chave PIX estará ativa, no momento oportuno será divulgado em nossas redes sociais.“
Fonte: revistaoeste