Ex-donos do Kabum, os irmãos Leandro e Thiago Ramos entraram na Justiça para tentar anular a venda da empresa à Magazine Luiza, a Magalu.
O Kabum é a maior plataforma de e-commerce da América Latina na área de jogos e tecnologia.
Em fevereiro, os irmãos Ramos entraram com um requerimento para a abertura de arbitragem contra a Magazine Luiza na Câmara do Comércio Brasil-Canadá.
Por que os ex-donos do Kabum querem anular a venda da empresa à Magazine Luiza
Os irmãos Ramos alegam que foram prejudicados no processo de negociação da Magalu. A venda foi fechada em R$ 3,5 bilhões, com intermédio do Itaú BBA.
Os fundadores do Kabum receberam R$ 1 bilhão em dinheiro, e os R$ 2,5 bilhões que faltavam viriam de ações do gigante varejista.
Porém, meses depois da venda, as ações da Magazine Luiza derreteram na Bolsa de Valores. Só no primeiro trimestre de 2023, as ações da Magalu caíram 16%. A empresa teve R$ 391,2 milhões de prejuízo nesse período.
Os advogados de Leandro e Thiago entraram com a ação na Justiça logo depois da segunda parcela do pagamento em dinheiro, em fevereiro de 2023. Com o derretimento das ações da Magazine Luiza, que levaram em conta as ações a receber pelos fundadores do Kabum, o valor final da venda despencaria.
A quantia cairia de R$ 3,5 bilhões para R$ 1,5 bilhão, somando ainda a entrada de cerca de R$ 450 milhões pelas ações da Magalu, conforme apurado pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Além de reclamarem da queda do preço de venda, os irmãos Ramos também acusam o assessor financeiro do Itaú BBA de ter atuado em conflito de interesses.
Isso porque o principal executivo do Itaú BBA da área de fusões e aquisições, Ubiratan Machado, é o cunhado de Frederico Trajano, CEO da Magazine Luiza e filho de Luiza Trajano.
Os irmãos Ramos também dizem que o Itaú BBA teria ganhado “milhões de reais” com a venda do Kabum para a Magazine Luiza. O pedido feito pelos irmãos afirma que eles “foram traídos pelo assessor financeiro, em quem confiaram o negócio de suas vidas”.
“E que ostenta imerecidamente uma reputação de alta probidade e credibilidade e que agiu em conluio com a Magazine Luiza para lhe beneficiar, em detrimento dos requerentes, na negociação e execução do contrato de compra e venda”, alegam os ex-donos do Kabum.
O Itaú BBA nega as acusações e diz que a venda foi um processo “competitivo e transparente”.
Fonte: revistaoeste