A despeito das incertezas econômicas, fundos de investimento continuam a movimentar o mercado brasileiro. Desde o começo da década, eles investiram R$ 199,6 bilhões em aquisições divulgadas. O número não considera compras em confidencialidade.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o cenário é liderado por , BTG Pactual, Vinci Partners (agora Vinci Compass, depois da fusão com a norte-americana Compass) e Advent International.
A construtora espanhola TTR mostrou que, no começo da década passada, o mercado girava cerca de R$ 5 bilhões anualmente. Porém, a metodologia mudou em 2019, o que afetou a comparabilidade dos dados.
Nos últimos anos, fundos de capital privado cederam espaço para o capital de risco, que investe em startups. De 2020 ao terceiro trimestre de 2024, a Abvcap registrou 1,8 mil transações, somando R$ 101,2 bilhões, o que supera o capital privado no período.
Esses números não incluem investimentos anjo. Kaszek, Monashees e Valor Capital são destaques no venture capital, com um crescimento desde 2018, antes da pandemia.
Fundos de investimento adquirem empresas com dívidas
Outras estratégias emergentes incluem investimentos em empresas com dificuldades financeiras ou em créditos de disputas legais, denominados “legal claims“, “distressed assets” e “special situations“. Nessa categoria, destacam-se Jus Capital, Jive e HSI.
A presidente da ABVCAP, Priscila Rodrigues, afirma que o crescimento dos gestores locais é notável. Ela citou a saída de grandes fundos internacionais e a chegada de novos atores locais. “A KKR, por exemplo, está reavaliando o mercado brasileiro”, disse.
Com a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos e a instabilidade fiscal no Brasil em 2024, o setor de investimentos pareceu estagnado. Contudo, fontes do mercado mostram que ainda há capital disponível, que aguardam o momento certo para alocações. Em 2022 e 2023, apenas 40% a 50% dos recursos captados foram utilizados.
Expansão na América Latina
Segundo o Estadão, a Patria Investimentos, com US$ 44,7 bilhões sob gestão, expandiu-se pela América Latina depois de abrir capital na Nasdaq em 2021. Alexandre Saigh, CEO, mudou-se para Londres, para ampliar a internacionalização.
Em 2023, o Patria adquiriu a operação de private equity da Abrdn e planeja expandir para o México. Entre suas aquisições, destacam-se o grupo Amigão e a Essentia Energia.
O BTG Pactual, com R$ 1,8 trilhão sob gestão, atua em capital privado, infraestrutura e capital de impacto. Natália Alouche, diretora de relações institucionais, afirma que o banco prefere separar investimentos em energia por causa da sua natureza distinta. O BTG busca retornos rápidos e, apesar da volatilidade, mantém sua estratégia de diversificação de investimentos.
A Vinci Compass alcançou R$ 325 bilhões em ativos. Investe em 24 empresas, o que inclui Domino’s e Bloomin’ Brands. A Kaszek, com US$ 3 bilhões sob gestão, é fundamental no crescimento do capital de risco no Brasil, com investimentos em startups, como Nubank e QuintoAndar. Santiago Fossatti, sócio responsável no Brasil, menciona que a Kaszek realizou 15 novos aportes no ano passado.
Fonte: revistaoeste