A sequência de cortes da taxa básica de juros do país, a Selic, chegou ao fim. Diante de dados recentes que indicam crescimento da inflação, o do Banco Central (BC) decidiu manter o indicador em 10,5% ao ano. Anunciada no início da noite desta quarta-feira, 19, a decisão se deu de forma unânime. Ou seja, o diretor de política monetária da autoridade monetária, Gabriel Galípolo, votou, assim como os demais indicados pelo governo petista, da mesma forma que o presidente da instituição, o economista .
Além de Galípolo e Campos Neto, os outros sete integrantes do Copom votaram pela manutenção do atual patamar da Selic: Ailton de Aquino Santos, Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Otávio Ribeiro Damaso, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira. Desses, quatro são indicações do governo do presidente .
Com a decisão de manter a Selic em 10,5%, o Copom do BC interrompeu a série de corte que vinha desde 2 de agosto do ano passado. Na ocasião, o colegiado decidiu reduzir a taxa em 0,5 ponto porcentual — foi de 13,75% para 13,25%. Desde então, os juros básicos foram os seguintes:
- 12,75% — 20/9/2023;
- 11,75% — 13/12/2023;
- 11,25% — 30/1/2024;
- 10,75% — 20/3/2024; e
- 10,5% — 8/5/2024;
Temor pelo aumento da inflação
Em comunicado, o Copom informa que a manutenção se dá, entre outros fatores, pela “elevação das projeções de “. Além disso, o comitê ressalta que há incerteza em relação ao cenário econômico global.
“Eventuais ajustes futuros na taxa de juros serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”
Copom, ao manter a Selic em 10,5%
“Ademais, que a política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente em patamar que consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, informa o Copom, em trecho do comunicado oficial. “O comitê se manterá vigilante e relembra, como usual, que eventuais ajustes futuros na taxa de juros serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta.”
Copom mantém Selic em 10,5% em meio a ataques do governo Lula
A decisão do Copom em manter a Selic em 10,5% se dá diante de ataques feitos por parte de integrantes do governo federal, inclusive do presidente da República. Nesta terça-feira, 18, Lula acusou, por exemplo, Campos Neto de .
Deputada federal pelo Paraná e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, assinou nota em que . Além disso, o partido anunciou, na manhã desta quarta-feira, que .
Os petistas não informaram se irão processar Galípolo e os demais membros do Copom. Afinal, eles votaram em sintomia com o parecer de Campos Neto.
Fonte: revistaoeste