O mercado de aluguel comercial no Brasil fechou 2024 com a maior alta anual desde o começo da série histórica do Comercial, em 2013.
A valorização acumulada de 7,88% no ano reflete um momento de forte demanda e aumento de preços em cidades-chave, como Niterói, Curitiba e Rio de Janeiro, entre os maiores crescimentos anuais.
A pesquisa, que monitora preços de venda e locação de salas e conjuntos comerciais de até 200m² em dez cidades brasileiras, revela que o preço médio do aluguel comercial atingiu R$ 45,53 por metro quadrado em dezembro de 2024.
A cidade de São Paulo lidera, com o maior valor médio de locação, R$ 54,40/m², seguida por Florianópolis (R$ 45,90/m²) e Rio de Janeiro (R$ 44,34/m²). A publicação foi divulgada nesta terça-feira, 21.
Entre as cidades com maiores altas anuais, Niterói se destaca com um expressivo aumento de 17,84%, seguida por Curitiba (+10,89%) e Rio de Janeiro (+9,05%).
Essas variações reforçam o impacto de fatores locais, como o crescimento econômico regional e a recuperação de setores que impulsionam a ocupação de imóveis comerciais.
Apesar do desempenho expressivo da locação, os preços de venda de imóveis comerciais mostraram uma valorização tímida, de apenas 0,40% em 2024.
As cidades de Curitiba (+7,16%), Salvador (+5,50%) e Niterói (+2,40%) lideraram o aumento no segmento de venda, enquanto Rio de Janeiro (-3,56%) e Belo Horizonte (-2,04%) apresentaram queda.
A rentabilidade média do aluguel comercial no Brasil, medida pela relação entre o valor da locação e o preço de venda, fechou o ano em 6,70% ao ano e superou o retorno de imóveis residenciais (6,01% a.a.).
Salvador (9,52% a.a.), Campinas (7,86% a.a.) e São Paulo (6,73% a.a.) foram as cidades mais atraentes para investidores que buscam retorno com locação.
Os números recordes são explicados, em parte, pela retomada econômica pós-pandemia e pela adaptação das empresas ao modelo híbrido de trabalho.
Escritórios menores, bem localizados e com infraestrutura moderna têm atraído maior demanda, o que impulsionou os preços em mercados como Niterói e Curitiba.
Aluguel residencial subiu quase o triplo da inflação em 2024
O aluguel residencial ficou, em média, 13,5% mais caro em 2024, segundo a mesma pesquisa. O resultado ficou 2,66 pontos porcentuais (p.p.) abaixo do registrado em 2023, quando a alta foi de 16,16%.
O reajuste anual foi quase três vezes maior do que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (), que mede a inflação oficial do país, e subiu 4,83% no período. Isso resultou em uma alta real dos novos aluguéis (descontada a inflação) de 8,67%.
O índice FipeZAP monitora o preço médio de locação de apartamentos prontos em 36 cidades brasileiras, com base em anúncios on-line. De acordo com o levantamento, apenas um município monitorado não registrou aumento real no preço médio do aluguel: Maceió (AL), onde o aumento foi de 3,35% — ou seja, abaixo da inflação anual.
Entre as capitais analisadas, os maiores aumentos no ano ocorreram em Salvador (33,07%), Campo Grande (26,55%), Porto Alegre (26,33%) e Recife (16,17%). Com esses números, Salvador também lidera o ranking geral.
O preço médio dos novos contratos de aluguel, ao considerar as 36 cidades, ficou em R$ 48,12/m², de acordo com os dados de dezembro.
Com base neste valor, o aluguel de um apartamento de 50 metros quadrados custa, em média, R$ 2.406 — cerca de R$ 279,50 a mais do que no ano anterior (R$ 2.126,50).
Barueri (SP) é o município mais caro da lista, onde o aluguel custa, em média, R$ 65,41/m². No caso de um apartamento de 50 metros quadrados, o valor mensal é de aproximadamente R$ 3.270,50.
Entre as 22 capitais monitoradas pelo índice, São Paulo (SP) lidera, com R$ 57,59/m². Em seguida, aparecem Florianópolis (R$ 54,97/m²) e Recife (R$ 54,95/m²).
No ranking geral dos 36 municípios, a capital paulista é a segunda mais cara e fica atrás apenas de Barueri. Por outro lado, Pelotas (RS) é a cidade com o metro quadrado mais barato, com R$ 18,61, em média.
Fonte: revistaoeste