Os Correios deram um calote no aluguel de dezembro de um galpão de propriedade do Fundo de Investimento Imobiliário , que usa o ticker TRBL11. Segundo o site Poder360, a empresa registrou fato relevante junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta 3ª feira, 14.
A empresa é proprietária de um galpão logístico em Contagem (MG), onde a estatal separa e principalmente distribui encomendas no Estado. O termo que os Correios usam para definir a atividade no imóvel é Centro de Tratamento de Cartas e Encomendas.
O espaço é o maior do gênero no Estado de Minas Gerais. O valor do calote é de R$ 2,7 milhões. Ao longo de 2025, os Correios têm de pagar R$ 32,4 milhões. A empresa credora informou que vai acionar a Justiça.
Os Correios deveriam primeiramente ter pago o locador em 7 de janeiro. A quantia pendente representa 46,5% do fluxo de receita do fundo de investimentos. O galpão foi entregue em 2020. Conforme fontes da proprietária do imóvel, a empresa investiu R$ 350 milhões para a sua adequação em conformidade com as necessidades atuais.
Pessoas ligadas ao negócio que preferiram não se identificar informaram que o fundo monitora o prejuízo recorde da estatal e o risco de insolvência. O aluguel tem vigência de 10 anos e a multa por rescisão pode chegar a R$ 300 milhões.
Em razão da pendência, as ações do fundo caíram 0,94% na terça-feira, a R$ 62,2. Desde que os Correios começaram a falar em devolver o galpão, em outubro, a queda foi superior a 30%. As ações já custaram mais de R$ 100. Sobre o calote, a administração da estatal afirmou que o processo de “rescisão unilateral da locação” já foi iniciado e que informou o TRBL11 em 2 de dezembro de 2024. O fundo de investimento desmente a informação.
Há rumores de que os Correios estudam realizar algumas rescisões contratuais e, desse modo, conseguir dinheiro para renovar outros acordos de locação que estariam para vencer. Sob risco de insolvência, a empresa decretou teto de gastos que impede renovar acordos sem ter nova fonte de recursos.
+
Fonte: revistaoeste