A Starbucks não entendeu o funcionamento do mercado brasileiro. A avaliação é do advogado Fernando Canutto, especialista em Direito Societário.
Recentemente, a SouthRock, gestora da marca Starbucks, entrou com um pedido de recuperação judicial por causa de sua dívida, estimada de R$ 1,8 bilhão
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“O Brasil tem uma cultura de café diferente, comparando com os Estados Unidos”, explica o advogado. “Lá, as pessoas vão e trabalham naquele local. Aqui é mais para tomar a bebida e conversar. Além disso, os preços praticados aqui são caros, o que dificulta sua penetração no mercado.”
Para o jurista, o caso é parecido com o da Saraiva, que pediu autofalência em outubro. “Foi uma expansão muito grande, quando o mercado não suportava isso”, explicou Canutto. “A Saraiva deu exatamente essa justificativa quando pediu recuperação judicial. E durante a pandemia a Starbucks fez essa expansão, quando o mercado não conseguiu absorver.”
Fundada em 2015, a SouthRock também é proprietária das marcas Eataly e TGI Fridays e master franquia da Subway no Brasil.
Nesta terça-feira, 7, a Justiça de São Paulo atendeu a um pedido de tutela de urgência da empresa para antecipar os efeitos da recuperação judicial. A decisão, na prática, protege o patrimônio da empresa, em caráter temporário.
Dona da Starbucks informa queda nas vendas
Em 2020, a SouthRock teve queda de 95% nas vendas. Nos anos seguintes, as operações continuaram em queda de 70%, em 2021, e 30%, em 2022. A crise econômica e a pandemia da covid-19 são os principais motivos apontados pela empresa.
Fonte: revistaoeste