De acordo com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), apesar do aumento no consumo de vinho entre os brasileiros nos últimos anos, 89% das variedades consumidas no país são compostas por Cabernet Sauvignon, Malbec e Merlot.
No entanto, pesquisas apontam para a existência de aproximadamente 11 mil variedades de uvas da espécie Vitis viníferas distribuídas por todo o planeta.
É preciso diversificar
O vinho é um produto derivado da fermentação do suco de uvas e de leveduras. As uvas são encontradas em diferentes colorações. As mais comuns são as roxas (uva Rubi) e verdes (uva Itália). Apesar de os nutrientes serem semelhantes, quanto mais escura a fruta, maior será a quantidade de antioxidantes. Além disso, as mais maduras são mais adocicadas.
A roxa contém resveratrol, um antioxidante importante para combater os radicais livres do organismo. Ela ainda tem vitaminas A, C, E e K e minerais como cálcio, magnésio, fósforo e potássio. Também é pouco calórica —em 100 g da fruta roxa há 50 kcal, já a verde contém 56 kcal.
De volta aos vinhos, ainda existem versões com teor alcoólico menor.
Vinho faz bem à saúde?
O consumo de vinho tinto deve ser de baixo a moderado, e ainda precisa acontecer durante o almoço ou jantar, acompanhado de boa hidratação ao longo do dia.
Ingestão baixa a moderada corresponde a duas taças para homens e uma taça para mulheres (cada taça com 200 ml a 250 ml).
Já ficou estabelecido entre os cientistas que a combinação de compostos fenólicos presentes na bebida e o álcool possui propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes que atuam como uma espécie de “assistente” das funções das células e dos tecidos do corpo.
O trabalho do vinho tinto seria facilitar a reparação de algum problema quando isso se faz necessário.
Algumas das contribuições do vinho:
- Redução do risco de morte por doenças cardiovasculares;
- Proteção para alguns tipos de câncer;
- Adiamento de perdas cognitivas;
- Equilíbrio da microbiota;
- Melhor controle das taxas de glicemia.
Cabem ressalvas e nada de exageros
Apesar dos possíveis efeitos benéficos, o vinho tem contraindicações. Ele não deve ser consumido pelos seguintes grupos:
- Gestantes e mulheres que desejam engravidar;
- Mulheres que amamentam;
- Crianças e adolescentes;
- Pessoas que usam medicamentos de uso contínuo e que possam ter algum tipo de interação com o álcool (anti-inflamatórios, antidepressivos, ansiolíticos etc.);
- Indivíduos que estejam seguindo um programa alimentar que requer restrição de calorias: cada grama de álcool fornece 7 kcal.
Além disso, uma taça com 150 ml de vinho contém 14 g de álcool puro. Consumo acima de 30 g já é considerado excessivo.
Quem faz uso nocivo do álcool geralmente começa a ter dificuldades em seus relacionamentos, no ambiente escolar, na vida social e também apresenta alterações na forma de pensar e sentir.
Cerca de três milhões de mortes ao ano são atribuídas ao álcool em todo o mundo. E seu uso nocivo é o principal fator de risco para morte prematura e incapacidade de pessoas com idade entre 15 e 49 anos.
Fontes: João Eudes dos Santos Neto, nutricionista do Hospital Universitário Alcides Carneiro; José Rocha Faria Neto, cardiologista e professor da PUC-PR; Patrícia Moreira Gomes, endocrinologista e diretora da SBEM-SP (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo); Protásio Lemos da Luz, professor do Instituto do Coração da USP.
*Com informações de reportagem publicada em 02/03/2021 e de coluna de VivaBem de 22/04/2023
Fonte: uol