Os nutricionistas que não nos ouçam, mas quase todo mundo que gosta de pizza sabe que saborear uma fatia que sobrou da noite anterior é uma delícia. Mas, como qualquer sobra de comida, sempre bate uma apreensão: será que o alimento ainda está bom e pode ser consumido de forma segura? Dá para identificar possíveis sinais de perigo?
De acordo com especialistas, a pizza pode ficar armazenada na geladeira por até quatro dias, que ainda é segura para o consumo. Já a Anvisa (Agência Nacional de vigilância Sanitária) recomenda que esse prazo seja menor, de até três dias.
“As baixas temperaturas da geladeira reduzem o crescimento de bactérias, mantendo a pizza dentro dos padrões de segurança alimentar por mais tempo”, explica Angélica Grecco, nutricionista coordenadora de nutrição do Hospital Santa Helena e nutricionista do Instituto EndoVitta, em São Paulo.
Como guardar corretamente?
Tão importante para a conservação da pizza quanto o tempo em geladeira é a forma como as fatias que sobraram serão acondicionadas.
O chef Henrique Campos, do restaurante Figurate Italian Food, de Curitiba, no Paraná, explica que a pizza é um alimento que pode receber bactérias rapidamente, se não for armazenada adequadamente. “Após três dias na geladeira, o risco de proliferação de microrganismos patogênicos aumenta significativamente, o que pode levar a problemas de saúde, como intoxicação alimentar“, afirma.
Por isso, o correto é utilizar um pote, recipiente ou saco plástico próprio para esse tipo de armazenamento.
Eles devem estar limpos, secos e, no caso dos potes, ter tampa.
Esqueça a caixa de papelão que veio com a pizza e não a reutilize.
“A caixa não serve pois ela não consegue impedir a contaminação do alimento por bactérias”, orienta Carla Kellyanne Petuba Magalhães, nutricionista do AmorSaúde, rede de clínicas parceiras do Cartão de TODOS, que atua nas unidades de Maceió (Centro e Norte) e Arapiraca, em Alagoas.
Outro ponto importante é averiguar se a geladeira de fato está ajustada para a temperatura entre 0°C e 4°C, já que temperaturas mais altas podem acelerar a deterioração dos alimentos.
Quais os sinais de alerta?
Mesmo com todos os cuidados, a pizza é um alimento que pode estragar facilmente. “A maioria das receitas leva molho de tomate, que tem muita água em sua composição, o que faz com que ele azede mais rapidamente”, explica Magalhães.
A mesma lógica pode ser aplicada às opções que levam legumes mais úmidos no preparo, como abobrinha, berinjela, pimentão e escarola. “Como podem liberar bastante líquido, também aceleram o tempo de deterioração do alimento”, complementa Grecco.
Por isso, independentemente de a pizza estar a poucos dias na geladeira, alguns sinais de alerta indicam que ela não está própria para consumo:
Cheiro ruim, de azedo ou podre;
Presença visível de mofo;
Aparência pegajosa na massa ou no recheio;
Alteração na cor da pizza como um todo ou de alguns alimentos (como queijo, linguiça e legumes).
E sim, infelizmente, se algum desses itens estiver presente, a pizza precisa ser descartada. “Isso vale também para o sabor. Se nada for visível, mas o gosto estiver estranho, o melhor a fazer é parar de comer e descartar o alimento”, diz Grecco.
Fonte: uol