Se você já sentiu desconforto, dor ou uma queimação na “boca” do estômago, sabe como a gastrite pode ser incômoda. Mas você sabia que nem sempre ela tem relação com o que você come?
Tipos de gastrite
Gastrite crônica
- É o tipo mais frequente e pode provocar sintomas clínicos ou não. Para ser identificada e classificada, é necessária a realização de uma endoscopia.
- Costuma ser associada à presença da bactéria Helicobacter pylori, geralmente adquirida durante a infância e que, após sua instalação no estômago, assim permanece por toda a vida.
- Apenas uma parcela pequena de quem tem gastrite crônica pode evoluir para formas mais graves da doença, com atrofia da mucosa.
- Caso o paciente tenha a bactéria e consiga eliminá-la por meio do tratamento, antes do aparecimento das formas mais graves, a cura é completa e o risco de contrair novamente a H. pylori é muito pequeno. Isso ocorre porque o próprio organismo cria anticorpos e não permite que a bactéria se instale novamente no estômago.
Gastrite medicamentosa
- O uso de medicamentos tóxicos para o estômago pode causar a inflamação na mucosa.
- A gastrite medicamentosa por uso de anti-inflamatórios pode evoluir com sangramento, às vezes em grande quantidade e de difícil controle, o que pode colocar o paciente em risco.
- Esse tipo de gastrite pode ser tratada apenas com a suspensão do medicamento causador da inflamação.
- Quando o uso de anti-inflamatórios é imprescindível para o tratamento de outras doenças, é possível fazer uso de medicamentos que impedem ou reduzem o surgimento das gastrites medicamentosas e suas complicações, como o sangramento ou o aparecimento de uma úlcera no estômago.
Gastrites linfocítica e eosinofílica
- A gastrite linfocítica é rara e ainda não tem uma causa estabelecida, portanto, também é necessário a realização de uma biópsia do estômago para o seu diagnóstico.
- Os medicamentos são prescritos de acordo com os sintomas.
- A gastrite eosinofílica é provocada por um fator imunoalérgico que causa uma irritação na mucosa gástrica. Essa inflamação é rara e corresponde a apenas 1% das gastrites.
Gastrite “nervosa”
Certos comportamentos ou emoções podem agravar a gastrite, ou, ainda, provocar sintomas sem que haja uma inflamação local:
- Estresse e ansiedade;
- Jejum prolongado;
- Ingestão exagerada de alimentos;
- Consumo excessivo de café.
Alimentos que fazem mal
Preparamos abaixo uma lista do que deve ser evitado por quem tem gastrite. Mas vale destacar que cada estômago tem uma tolerância específica, e tem gente que passa mal até com itens fora dessa lista e aparentemente inofensivos.
Café
A cafeína é a principal responsável pelo efeito do café para quem tem gastrite, mas não só. A recomendação é que a pessoa evite mesmo o descafeinado, que também pode irritar a mucosa. Se você não consegue abrir mão, tente ao menos reduzir as xícaras e tomar logo depois das refeições.
Refrigerantes
A categoria é conhecida por seu alto teor de acidez e de gás, o que pode irritar as paredes do estômago. Os com sabor cola levam ainda cafeína, ou seja, incômodo em dose dupla.
Chocolate
Tem altas doses de cafeína e ainda tem açúcar, que contribui para o processo inflamatório. O jeito é comer esporadicamente, em pequenas doses, e evitar em períodos de crise.
Alimentos gordurosos
Como a gordura tem um processo digestivo mais lento, pode sobrecarregar o tecido que já está mais sensível. O problema aqui é o exagero, especialmente dos ultraprocessados e receitas mais “generosas”, mas algumas pessoas podem precisar optar pelas versões magras de leite e iogurte.
Alimentos e molhos condimentados
Temperos prontos, alimentos apimentados e molhos como ketchup, shoyu, mostarda e barbecue podem irritar o estômago mesmo de quem não tem gastrite, caso sejam consumidos de maneira exagerada. Se você já tem a doença, substitua por temperos naturais, como as ervas.
Alimentos que ajudam a aliviar
Legumes e verduras cozidos
O mais importante para controlar a gastrite é ter uma alimentação equilibrada e saudável. No entanto, os alimentos cozidos são recomendados, pois facilitam a mastigação e a digestão, dando uma aliviada nas funções do estômago.
Maçã
A fruta é conhecida por aliviar os desconfortos gástricos, por conta de seu efeito antiácido. Outra dica importante é sempre comer alguma coisa no intervalo das refeições.
Sardinha
Os peixes, especialmente os de água fria, são uma ótima pedida, já que têm ômega 3, que reduz a inflamação do estômago e, de acordo com alguns estudos, também impede o crescimento da bactéria H. pilory. O salmão também entra na categoria, mas opte pelos peixes selvagens, e não os de cativeiro.
Fontes: Décio Chinzon, presidente da FBG (Federação Brasileira de Gastroenterologia); Simone Reges Perales, médica assistente da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas); Marcelo Borba, médico da divisão de clínica cirúrgica do Hospital Universitário da USP; Luiz Gonzaga Vaz Coelho, da Comissão de Pesquisa da FBG; Raphael di Paula, coordenador do grupo de fígado, pâncreas e vias biliares do Hospital Alemão Oswaldo Cruz; Severino Barbosa dos Santos, médico gastroenterologista e professor adjunto da UPE (Universidade de Pernambuco); Vitor Haida, médico gastroenterologista do Hospital Marcelino Champagnat; Gabriela Braga Bisogni, nutricionista da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein; Vanessa Prado, especialista em cirurgia do aparelho digestivo do Hospital Nove de Julho; Eduardo Antonio André, pós-doutor em gastroenterologia pela Universidade de Londres; Ricardo Machado de Minas, gastroenterologista do Hospital São Luiz Anália Franco.
Se você já sentiu desconforto, dor ou uma queimação na “boca” do estômago, sabe como a gastrite pode ser incômoda. Mas você sabia que nem sempre ela tem relação com o que você come?
Tipos de gastrite
Gastrite crônica
- É o tipo mais frequente e pode provocar sintomas clínicos ou não. Para ser identificada e classificada, é necessária a realização de uma endoscopia.
- Costuma ser associada à presença da bactéria Helicobacter pylori, geralmente adquirida durante a infância e que, após sua instalação no estômago, assim permanece por toda a vida.
- Apenas uma parcela pequena de quem tem gastrite crônica pode evoluir para formas mais graves da doença, com atrofia da mucosa.
- Caso o paciente tenha a bactéria e consiga eliminá-la por meio do tratamento, antes do aparecimento das formas mais graves, a cura é completa e o risco de contrair novamente a H. pylori é muito pequeno. Isso ocorre porque o próprio organismo cria anticorpos e não permite que a bactéria se instale novamente no estômago.
Gastrite medicamentosa
- O uso de medicamentos tóxicos para o estômago pode causar a inflamação na mucosa.
- A gastrite medicamentosa por uso de anti-inflamatórios pode evoluir com sangramento, às vezes em grande quantidade e de difícil controle, o que pode colocar o paciente em risco.
- Esse tipo de gastrite pode ser tratada apenas com a suspensão do medicamento causador da inflamação.
- Quando o uso de anti-inflamatórios é imprescindível para o tratamento de outras doenças, é possível fazer uso de medicamentos que impedem ou reduzem o surgimento das gastrites medicamentosas e suas complicações, como o sangramento ou o aparecimento de uma úlcera no estômago.
Gastrites linfocítica e eosinofílica
- A gastrite linfocítica é rara e ainda não tem uma causa estabelecida, portanto, também é necessário a realização de uma biópsia do estômago para o seu diagnóstico.
- Os medicamentos são prescritos de acordo com os sintomas.
- A gastrite eosinofílica é provocada por um fator imunoalérgico que causa uma irritação na mucosa gástrica. Essa inflamação é rara e corresponde a apenas 1% das gastrites.
Gastrite “nervosa”
Certos comportamentos ou emoções podem agravar a gastrite, ou, ainda, provocar sintomas sem que haja uma inflamação local:
- Estresse e ansiedade;
- Jejum prolongado;
- Ingestão exagerada de alimentos;
- Consumo excessivo de café.
Alimentos que fazem mal
Preparamos abaixo uma lista do que deve ser evitado por quem tem gastrite. Mas vale destacar que cada estômago tem uma tolerância específica, e tem gente que passa mal até com itens fora dessa lista e aparentemente inofensivos.
Café
A cafeína é a principal responsável pelo efeito do café para quem tem gastrite, mas não só. A recomendação é que a pessoa evite mesmo o descafeinado, que também pode irritar a mucosa. Se você não consegue abrir mão, tente ao menos reduzir as xícaras e tomar logo depois das refeições.
Refrigerantes
A categoria é conhecida por seu alto teor de acidez e de gás, o que pode irritar as paredes do estômago. Os com sabor cola levam ainda cafeína, ou seja, incômodo em dose dupla.
Chocolate
Tem altas doses de cafeína e ainda tem açúcar, que contribui para o processo inflamatório. O jeito é comer esporadicamente, em pequenas doses, e evitar em períodos de crise.
Alimentos gordurosos
Como a gordura tem um processo digestivo mais lento, pode sobrecarregar o tecido que já está mais sensível. O problema aqui é o exagero, especialmente dos ultraprocessados e receitas mais “generosas”, mas algumas pessoas podem precisar optar pelas versões magras de leite e iogurte.
Alimentos e molhos condimentados
Temperos prontos, alimentos apimentados e molhos como ketchup, shoyu, mostarda e barbecue podem irritar o estômago mesmo de quem não tem gastrite, caso sejam consumidos de maneira exagerada. Se você já tem a doença, substitua por temperos naturais, como as ervas.
Alimentos que ajudam a aliviar
Legumes e verduras cozidos
O mais importante para controlar a gastrite é ter uma alimentação equilibrada e saudável. No entanto, os alimentos cozidos são recomendados, pois facilitam a mastigação e a digestão, dando uma aliviada nas funções do estômago.
Maçã
A fruta é conhecida por aliviar os desconfortos gástricos, por conta de seu efeito antiácido. Outra dica importante é sempre comer alguma coisa no intervalo das refeições.
Sardinha
Os peixes, especialmente os de água fria, são uma ótima pedida, já que têm ômega 3, que reduz a inflamação do estômago e, de acordo com alguns estudos, também impede o crescimento da bactéria H. pilory. O salmão também entra na categoria, mas opte pelos peixes selvagens, e não os de cativeiro.
Fontes: Décio Chinzon, presidente da FBG (Federação Brasileira de Gastroenterologia); Simone Reges Perales, médica assistente da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas); Marcelo Borba, médico da divisão de clínica cirúrgica do Hospital Universitário da USP; Luiz Gonzaga Vaz Coelho, da Comissão de Pesquisa da FBG; Raphael di Paula, coordenador do grupo de fígado, pâncreas e vias biliares do Hospital Alemão Oswaldo Cruz; Severino Barbosa dos Santos, médico gastroenterologista e professor adjunto da UPE (Universidade de Pernambuco); Vitor Haida, médico gastroenterologista do Hospital Marcelino Champagnat; Gabriela Braga Bisogni, nutricionista da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein; Vanessa Prado, especialista em cirurgia do aparelho digestivo do Hospital Nove de Julho; Eduardo Antonio André, pós-doutor em gastroenterologia pela Universidade de Londres; Ricardo Machado de Minas, gastroenterologista do Hospital São Luiz Anália Franco.