Se gosta de explorar e conhecer novos lugares, mas está cansado dos mesmos destinos turísticos, bem-vindo a mais um episódio da série “Mudando a Rota”, do Primeira Página. Na reportagem anterior, falamos sobre a surpreendente cidade de São José do Rio Claro, e hoje vamos conhecer Curvelândia.
Prepare seu carro, ou a passagem de ônibus, e vamos juntos colocar o pé na estrada. Todos os dias, você vai conhecer uma cidade diferente, até porque, em um estado com mais de 140 municípios, o que não faltam são opções incríveis. (Veja as cidades que já passaram pelo nosso roteiro no final da reportagem)
Curvelândia
No Pantanal à sudoeste do Mato Grosso, encontramos a cidade de Curvelândia, a 311 km de Cuiabá. Região metropolitana de Cáceres, no município encontramos a maior caverna do estado: a Caverna do Jabuti.
A caverna fica a apenas 9 km da área urbana, mais precisamente no Vale do Cabaçal, e tem 4 km de desenvolvimento linear. O local é protegido pela unidade de conservação Monumento Natural Caverna do Jabuti, instituído pelo Decreto Municipal nº 25 de 2007 e que tem uma área de 250 hectares.
Rica em diversos espeleotemas como estalactites, estalagmites, flores de aragonita, cortinados, couve flor e travertinos, a Caverna do Jabuti possui salões do tamanho de um campo de futebol e o espaço é possível ser visitado desde crianças até idosos, sem nenhum grau de dificuldade.
A visitação pública pode ser agendada através de reserva, por meio de agências de turismo credenciadas na Prefeitura Municipal de Curvelândia que podem ser consultadas no site, clicando aqui.
O valor do ingresso custeia o trabalho do condutor de turismo, das agências prestadoras de serviços, do seguro de vida do turista e o imposto municipal ISSQN.
Além de sua riqueza natural, Curvelândia também é conhecida pelo tradicional Festival do Queijo, evento que celebra a produção local e atrai visitantes de toda a região, fortalecendo a cultura e a economia do município.
O evento celebra sua 14ª edição este ano e tem um concurso de queijos, além de apresentações musicais regionais e nacionais. Um dos destaques é a produção do maior queijo frescal do Brasil, que mobiliza uma verdadeira força-tarefa todos os anos. Atualmente o queijo alcança impressionantes 2.560 kg.
Cortada pelas rodovias MT-170 e MT-250, a região de Curvelândia oferece diversas opções de ecoturismo. Entre os destaques está o Espaço Pitayas Moura, localizado na Gleba Tupã, a apenas 4 km da cidade.
No local é possível contemplar o pomar de pitaya, por meio de passeio guiado; degustar de um Café Rural (necessário agendamento); ter acesso a uma feirinha com produtos da fruta. Há ainda espaço para camping e parque infantil.
Além da opção de passeio, ao longo do Rio Cabaçal há inúmeras praias próximas a áreas de camping, perfeitas para momentos de lazer em família. Essas praias oferecem opções de banho, com trechos tranquilos, ideais para crianças, e espaços sombreados para relaxar.
História
Curvelândia foi oficialmente elevada à categoria de cidade em janeiro de 1998 e completou 26 anos, em 2024. (Entenda a origem do nome da cidade ao final da reportagem)
De acordo com a prefeitura da cidade, a ocupação da região começou há mais de dois séculos, com o início da formação de Cáceres.
A história conta que foi no século XVIII que os primeiros desbravadores sertanistas passaram pela local, habitado por indígenas. Acredita-se que alguns caboclos tenham descido pelo Rio Paraguai, vindos dos garimpos diamantíferos de Alto Paraguai, Diamantino, Arenápolis e Barra do Bugres.
Ao encontrarem a foz do Rio Cabaçal, subiram-no na esperança de encontrar metais preciosos; contudo, não obtiveram sucesso.
Esses sertanistas foram, provavelmente, os primeiros homens não indígenas a pisar no solo fértil da região, caracterizado pela exuberante floresta amazônica, intercalada por cerradões e uma fauna diversificada. Tempos depois, por volta de 1900, chegaran aventureiros de Corumbá (MS).
Ao longo dos anos, os cacerenses perceberam o potencial comercial da poaia – uma espécie medicinal brasileira conhecida por apresentar importantes propriedades farmacológicas: amebicida, emética e expectorante.
A planta era colhida pelos desbravadores acampados na área, que hoje é conhecida como Comunidade Cabaçal, e era trocada por alimentos, roupas e calçados, e transportada em enormes batelões. Como não havia estradas, o retorno podia levar até oito dias, dependendo da altura do rio e das condições naturais.
A ocupação efetiva das terras começou na década de 1970, quando o Governo do Estado de Mato Grosso concedeu títulos de terra na faixa de fronteira Brasil-Bolívia. Essas áreas, pertencentes à União, foram destinadas a fazendeiros imigrantes de São Paulo.
No entanto, muitas dessas terras foram abandonadas e acabaram sendo ocupadas por imigrantes de diversos estados, como Ceará, Pernambuco, Mato Grosso do Sul e outras regiões.
Ainda de acordo com a prefeitura de Curvelândia, com o tempo, outros imigrantes de diversas partes do Brasil se estabeleceram no povoado, incentivados pelos primeiros moradores, que acreditavam no progresso da comunidade. Na época, o local era conhecido como Lagoa dos Patos.
Após um acidente envolvendo bois em uma curva da estrada, o nome mudou para Curva do Boi. Mais tarde, durante o processo de emancipação, o lugar foi oficialmente denominado Curvelândia.
Fonte: primeirapagina