Carol Peixinho tinha 16 anos quando precisou de ajuda para mudar seu estilo de vida. Adolescente tendo de manejar estudos, escolhas para o futuro, novas amizades e relacionamentos, ela se viu comendo demais, mesmo sem fome.
Havia certa preocupação com o corpo, porque havia uma busca por solução, mas não a adequada. “Fiz dietas loucas”, recorda, em conversa com VivaBem. Por vezes, passava uma semana tomando apenas líquidos.
Não à toa vivia em efeito sanfona, tinha oscilação de humor e retenção hídrica. Foi a mãe médica que, observando a filha em descompasso, acendeu o sinal de alerta. “Ela me puxou pelo braço e falou: ‘Isso é compulsão alimentar, vamos tratar’. Eu não bati de frente.”
Foi então que Carol conheceu um universo novo e cheio de possibilidades. Sendo acompanhada por nutricionista, educador físico e psicólogo, começou a se exercitar e fazer aulas de dança. E tudo passou a fazer sentido e se encaixar na vida dela.
De tudo um pouco
Baiana, morava em Salvador e aproveitava a orla para fazer caminhada. Fez lutas marciais, futevôlei e se engajou na corrida, participando desde provas menores a maratonas. Quando percebeu, gostava de tudo.
Mas o ponto alto de Carol é a musculação. Ela treina de segunda a sexta, intercalando membros superiores e inferiores. “A musculação não é só uma construção de corpo externo, é dos ossos, dos músculos.”
Os exercícios de cárdio também estão na lista, inclusive nos finais de semana, porque ama estar ao ar livre sob o sol —”para dar uma alimentada na alma”. Quando viaja, os tênis são os primeiros a entrar na mala.
“É como beber água para mim, é uma felicidade, traz uma leveza, um jeito diferente de encarar o dia e os compromissos”, afirma.
Vida saudável é construção
Aos 38 anos, Carol diz que tem uma boa estabilidade em relação ao corpo. “Hoje eu não faço esforço nenhum para comer bem, para me exercitar.” Quem a vê fisicamente ativa e fazendo receitas no Instagram jura que é fácil, mas foi uma construção de duas décadas.
Para ela, um dos desafios de quem tem compulsão alimentar é reconhecer que a tem. “Ainda existe uma vergonha, assim como alguém tem vergonha de falar que tem depressão. Mas não é, isso é um pedido de socorro.”
Alimentação
O tempo e a prática também fizeram Carol aprender a se alimentar bem sem abrir mão dos prazeres. “Eu amo comer. Não vou deixar de comer doce, um snack, meu drinque, mas transformo isso, durante a semana, para algo mais saudável, menos agressivo”, diz.
Por isso, nas redes sociais, as receitas que compartilha levam ingredientes como frutas, mel, aveia, chocolate 70% e queijo light.
“Me alimento bem, mas não vou comer comida insossa, uma comida congelada que não tenha gosto. Tenho o prazer de sentar e comer, então vamos mudar nossa cabeça.”
Rituais para a mente
Para manter o equilíbrio entre corpo e mente, Carol segue com a psicoterapia e tem rituais matinais dos quais não abre mão.
Acordar devagar (o que pode ser contraditório para quem se diz uma baiana e ariana acelerada), se expor ao sol pela manhã e meditar são prioridades. A meditação, inclusive, faz parte da vida dela desde a infância, por influência da mãe que segue o hinduísmo.
Ela conta que o autoconhecimento também veio pelas experiências nos realities shows —BBB 19 e No Limite, em 2021. Dentro da casa, diz que entendeu “muitas Carolinas” dentro de si: a observadora, a que adora ficar só, a que é pé no chão e forte.
“O Big Brother são viradas de chaves internas, de quem é você, e o No Limite são da vida, de enxergar a vida, os privilégios que tenho”, conta.
Fonte: uol