Se você está tentando engravidar, fique de olho na sua dieta. Alguns alimentos contribuem no processo, assim como outros podem dificultá-lo, tornando-o mais complicado do que realmente deveria ser.
A alimentação tem ligação direta com o sucesso da gravidez, muito por causa de seu papel na manutenção do peso. Isso porque a fertilidade aumenta quando os hormônios estão em ordem —e a obesidade causa alterações hormonais—, segundo o ginecologista Alexandre Rossi.
Em muitos casos, de acordo com o ginecologista Carlos Moraes, especialista em infertilidade conjugal, a simples perda de peso já melhora a ovulação e traz maiores taxas de gravidez. “No caso das mulheres, as que estão acima do peso muitas vezes não ovulam bem em função de alterações metabólicas que o sobrepeso condiciona”, explica.
Um exemplo, ainda de acordo com Moraes, é a chamada síndrome dos ovários policísticos, na qual podem coexistir obesidade, resistência à ação do hormônio chamado insulina e anovulação.
“Outro aspecto que deve ser levado em consideração é que, durante a gravidez, a gestante normalmente já ganha em torno de 10 quilos. Se ela inicia o pré-natal acima do peso ideal, com o ganho de peso da gravidez, aumenta o risco de desenvolver doenças como o diabetes gestacional”, diz Moraes.
A situação oposta também atrapalha. “Mulheres muito magras podem ter dificuldade para engravidar, muitas vezes por não ovularem bem também”, aponta o ginecologista.
O que comer
Segundo Rossi existem alguns alimentos que podem ajudar na concepção. Mas ter uma alimentação saudável deve ser o ponto-chave para o sucesso de uma gravidez. Ele indica:
Frutas cítricas, que possuem vitamina C, cálcio, potássio e folato: ajudam a manter o ciclo menstrual estável e os óvulos saudáveis.
Folhas verde-escuras, ricas em folato e ferro: podem melhorar o processo de ovulação, reduzindo problemas genéticos.
Peixes ricos em ômega 3: ajudam não apenas na concepção, mas também nas primeiras semanas de gestação, no desenvolvimento do embrião.
Os frutos vermelhos: possuem licopeno, que ajuda na boa saúde dos óvulos.
Ácido fólico, ferro, zinco, vitamina A, selênio e iodo: são outros nutrientes importantes na pré-concepção.
Moraes sugere ainda que as tentantes planejem suas refeições com uma variedade de vegetais, que devem ocupar metade do prato. “As saladas devem ser ‘coloridas’, com cenoura, beterraba, tomate e alface, por exemplo.”
Ele também destaca que é preciso se alimentar em intervalos regulares, ou seja, sem pular refeições, e que os ingredientes sejam frescos. Também é muito importante o papel da boa hidratação. “As tentantes devem ingerir em torno de oito copos de água ao longo do dia.”
Nada de cafeína e produtos processados
Assim como há alimentos que ajudam a engravidar, outros podem atrapalhar todo o processo e a atenção deve ser redobrada. Veja quais são:
Cafeína: reduz a absorção de cálcio e ferro, o que pode diminuir a fertilidade.
Carboidratos refinados: podem gerar óvulos imaturos. Por isso, quando possível, é importante optar por versões integrais.
Bebidas alcoólicas: são contraindicadas não apenas nesta fase, pois podem impedir a ovulação, mas ao longo de toda a gestação.
Uma vez grávida, os cuidados com a alimentação se intensificam
Com o resultado positivo, a preocupação em se alimentar bem deve ser intensificada. Novamente, existem alimentos benéficos e maléficos nessa fase.
Bons:
Abacate: pode ser favorável na gestação e na boa formação do bebê. Por conter gorduras boas e quantidade de magnésio e ácido fólico, a fruta acaba protegendo mamãe e feto.
Dieta rica em ferro e em vitamina C: a vitamina ajuda na absorção do mineral da dieta.
Dieta que forneça cálcio para o organismo: o mineral é importante para a saúde dos ossos. Leite e derivados, como queijo e iogurte, são excelentes fontes de cálcio.
Ingestão de peixe duas vezes por semana: como o salmão, por ser rico em ômega 3.
Maléficos:
Cafeína: tem efeito estimulante no feto, o que aumenta o risco de baixo peso fetal e aborto.
Gorduras e frituras: provocam intolerância materna, levando a queixas como azia e náuseas mais frequentes.
O alto consumo de carboidratos: além de aumento de peso, podem estar relacionados a um maior risco de hipertensão arterial e diabetes gestacional.
Peixes crus e frutas e verduras mal lavadas: podem estar contaminados com micro-organismos que afetam a saúde do bebê e da mãe.
*Com informações de reportagem publicada em 20/05/2022
Fonte: uol