Não há evidências de acidentes de causados pelo uso de . Mas a chance de rolar alguma interferência no sistema de comunicação da aeronave, embora pequena, não é nula. Então melhor prevenir do que remediar.
Tanto os celulares quanto os instrumentos de comunicação e navegação da aeronave funcionam com ondas eletromagnéticas. Essas ondas possuem frequências diferentes, como os “canais” que você escuta no rádio. As emissoras de FM, por exemplo, usam frequências entre 87,5 e 108 MHz.
Talvez você já tenha passado pela experiência de viajar de carro de uma cidade para outra e ouvir duas músicas “brigando” no rádio. Isso ocorre quando duas emissoras usam a mesma frequência e o alcance delas acaba se sobrepondo, causando interferência.
Isso não pode ocorrer no avião. As funções de comunicação dos celulares (como ligações, trocas de mensagem e acesso à internet) usam frequências próximas às faixas utilizadas por alguns instrumentos da aeronave. Apesar de não serem exatamente as mesmas, há algum risco de que elas acabem interferindo nos sistemas de voo.
Um exemplo é o DME (Distance Measuring Equipment), um instrumento que mede a distância entre a aeronave e estações fixas no solo. Ele funciona em uma frequência entre 962 e 1.213 MHz. Uma das faixas de atuação dos celulares é aproximadamente 900 MHz, podendo ter alguma variação para cima ou para baixo.
O “modo avião”, em tese, torna o celular incapaz de acessar essas funções. Quando esse modo começou a aparecer nos celulares, nem mesmo as fabricantes estavam certas de que o celular ficava totalmente isolado – e, portanto, sem enviar ondas eletromagnéticas. Por isso, as comissárias pediam para desligar totalmente o celular.
Hoje, estamos mais seguros de que o modo avião é eficaz. No entanto, a aviação prefere ser conservadora nesse aspecto – e nos momentos mais críticos do voo, como decolagem e pouso, algumas companhias aéreas ainda pedem que o celular permaneça completamente desligado.
Mas e o serviço de wi-fi, que várias companhias oferecem?. Você precisa estar em modo avião para acessá-lo. Ele “fura” o bloqueio nativo do aparelho, mas funciona em frequências bem distintas das de qualquer instrumento da aeronave, mantendo o voo seguro.
Fonte: Jorge Henrique Bidinotto, professor do Departamento de Engenharia Aeronáutica da USP São Carlos.
Fonte: abril