Mar do Sertão é a próxima novela das 18h da Rede Globo. Prevista para chegar à emissora na próxima semana, a atração trará o imaginário do sertão nordestino para as telas do “Plim Plim”.
Criada e escrita por Mario Teixeira e com direção artística de Allan Fiterman, o folhetim acompanhará Candoca (Isadora Cruz) e Zé Paulino (Sergio Guizé), personagens que são completamente apaixonados um pelo outro.
Seguindo a premissa de conflitos e grandes tribulações que darão tração à trama, o casal é separado por uma manobra do destino: Zé Paulino sofre um acidente e é dado como morto. Depois de 10 anos, quando retorna, Candoca está casada com seu grande rival, Tertulinho (Renato Góes).
Essa história se desenrola em Canta Pedra, um lugar que, segundo contam, já foi mar e virou sertão. Assim, a profecia de Antonio Conselheiro de que o sertão vai virar mar é uma esperança para os moradores da pequena cidade fictícia da nossa trama: há muito tempo, o povo de Canta Pedra espera pela chuva enfrentando as dificuldades impostas pela seca. É nesse ambiente que nossa fábula contemporânea se passa, num pedaço que é físico, mas que também é parte essencial da personalidade de cada uma das figuras que compõem esse enredo.
Além do desenrolar do triângulo amoroso vivido por Candoca, Zé Paulino e Tertulinho, a novela dará palco a lutas por poder quanto ao bem mais precioso da região: a água. O folhetim ainda apresentará personagens icônicos, como o padre que promove a bondade e a fé na pacata Canta Pedra, ainda que com muito humor, e o prefeito e o delegado que pouco ligam para o povo da cidade. A história tem como pano de fundo um sertão colorido e solar – sem esquecer de suas mazelas, mostradas na incansável luta da sua protagonista por justiça e igualdade –, que nos leva ao encontro da beleza natural exuberante do nordeste brasileiro.
“Aproveitamos ao máximo os dias em que estivemos pelo sertão nordestino para captar as melhores e mais lindas imagens da região. Ao longo da novela, passaremos mais tempo trabalhando nos estúdios e cidades cenográficas dos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro, então, viajamos com o objetivo de iniciar o projeto completamente mergulhados no ambiente onde a obra se desenrola, e também de captar muitas cenas de stock shot e de paisagens para usarmos ao longo da trama. Estou tentando trazer para a novela poesia na imagem”, explica o diretor Allan Fiterman
A jornada teve início pelo Vale do Catimbau, em Pernambuco. Localizado entre o Agreste e o Sertão pernambucano, é o segundo maior parque arqueológico do Brasil. O vale conta com diversos sítios arqueológicos, grutas, cemitérios pré-históricos e pinturas rupestres com mais de seis mil anos. Por lá, gravaram os atores Isadora Cruz, Sérgio Guizé, Renato Góes, Enrique Diaz, Everaldo Pontes, Pedro Lamin e Lucas Galvino. “Foi mágico e me dá muito orgulho, como paraibano, ter nosso nordeste mostrado na novela”, comenta Everaldo. Na trama, ele vai interpretar Adamastor, um pastor de cabras que resgata Zé Paulino (Guizé) das águas após o acidente em que o rapaz é dado como morto.
Os trabalhos seguiram em Piranhas, Alagoas, com os mesmos atores, onde foram gravadas cenas que mostram a exuberância do Rio São Francisco, assim como as cores e a alegria da cidade de aproximadamente 25 mil habitantes, que teve seu centro histórico como inspiração para a criação de Canta Pedra, a fictícia cidade onde se passa a história de Mar do Sertão. Agora, as gravações continuam no Rio de Janeiro, nos Estúdios Globo, e em locações pela cidade.
Durante a coletiva de imprensa de Mar do Sertão, em que o AdoroCinema esteve presente, o autor da obra descreveu a narrativa como “uma história regional, mas também universal”. Ele explica que “Canta Pedra é um pequeno mundo incrustado em uma cidade fictícia”, a partir de “uma geografia totalmente inventada” com “paisagens que nós inventamos”.
Mario completa retomando uma expressão de Leon Tolstói: “Falar de uma pequena aldeia é falar do mundo. Acho que os tipos humanos se repetem sempre, então, é uma história regional, de fato, ambientada no interior do Brasil. Um Brasil profundo, mas que ao mesmo tempo está dentro de todos nós.”
Os atores ainda afirmaram que os personagens não devem ser lidos apenas como bons ou maus, mas serão complexos, movidos por seus próprios objetos, de acordo com a situação. Érico Brás, que vai interpretar o jornalista Eudoro Cidão, resume a trama como uma história com discussões políticas, humor e uma boa carga de drama.
“É interessante que sobre as situações que acontecem na novela, é o telespectador que vai julgar se aquilo é engraçado ou se é um drama”, explicou o ator. Sobre o prefeito que é cômico, mas não deixa de ser corrupto, ele comenta: “Isso tem a ver com o drama que vivemos no país há muito tempo, até porque a corrupção está no DNA brasileiro. A gente tem maturidade de fazer uma novela que coloque isso para a gente refletir mais uma vez.”
O primeiro capítulo de Mar do Sertão vai ao ar em 22 de agosto.
