Quando interpretou Patrizia Reggiani em House of Gucci, Lady Gaga recorreu à chamada “atuação de método”, que basicamente envolve entrar no personagem e ficar nele dentro e fora das câmeras, viver como ele. Por sua vez, Ana de Armas pediu “permissão” a Marilyn Monroe para encarná-la em Blonde, escrevendo um cartão com a equipe do filme e levando-o até o cemitério.
Mas Elizabeth Debicki não fez nada do tipo para a 5ª temporada de The Crown, como afirmou em entrevista ao AdoroCinema. A australiana nascia em Paris assume o papel da princesa Diana, anteriormente desempenhado por Emma Corrin. Foi a terceira vez que a série criada por Peter Morgan fez uma mudança completa no elenco, para enfim chegar aos anos 90.
Foi nesse período que Diana contribuiu secretamente para uma biografia escrita pelo jornalista Andrew Morton, na qual havia detalhes nada agradáveis de sua vida como membro da família real britânica. Foi também nessa época que Diana e Charles oficializaram seu divórcio, com o affair entre o príncipe e Camilla Parker-Bowles sendo confirmado pela princesa durante a polêmica entrevista que deu a Martin Bashir, em um programa da BBC.
O AdoroCinema perguntou a Elizabeth Debicki como foi a passagem de bastão na 5ª temporada e quais as dificuldades de interpretar um ícone, uma figura histórica, uma personalidade que segue viva na memória do público. Será que a atriz mudou de opinião acerca da vida de Diana e de sua relação com Charles depois de encarná-la? Confira a seguir!
Vale lembrar que também conversamos com Dominic West e Olivia Williams, intérpretes de Charles e Camilla. O vídeo completo está no nosso canal do YouTube – e você pode vê-lo clicando aqui.
Qual é a parte mais assustadora de se tornar Diana? E qual é a mais prazerosa?
Elizabeth: “Acho que a parte mais assustadora foi embarcar nesta viagem e entender que as pessoas têm expectativas reais, uma memória dela, que são muito protetoras com ela. Isso foi meio aterrorizante no início, e tive que superar. Mas eu me diverti tanto interpretando este papel. Eu amei, amei, amei viver a Diana. É extremamente gratificante, e há muita complexidade nela. Então só o fato de ir trabalhar todo dia e poder interpretá-la é uma grande alegria para mim.”
Netflix
Você encontrou ou conversou com Emma Corrin. Ela fez um trabalho incrível na 4ª temporada e ganhou prêmios. Vocês chegaram a discutir o papel?
Elizabeth: “Não, nós nunca discutimos o papel. Eu obviamente pude vê-la em cena, então absorvi tudo aquilo. Foi quase como ter uma conversa, porque eu assisti à série. Mas havia um desejo meu de tentar focar em mim para poder criar minha própria versão.”
Você tem um lookinho favorito da 5ª temporada? E você levou para casa algum dos figurinos da série? Ou qualquer outro souvenir do set?
Elizabeth: “Bom, ainda estamos gravando a 6ª temporada, então não pude levar nada para casa. Mas eu quero muito pegar o casaco acolchoado vermelho. Esse talvez tenha sido o meu favorito. Na verdade, eu amo essa roupa. Tanto o casaco quanto o boné de beisebol.”
Netflix;/Tim Graham/Getty Images
Depois de interpretar a Princesa de Gales, você desenvolveu mais empatia por ela? Você mudou sua visão, sua compreensão da história dela e do relacionamento dela com Charles?
Elizabeth: “Sim, completamente. Quando você interpreta um personagem pelo qual você tem muita empatia, é basicamente o seu trabalho enquanto ator. O que cresceu para mim foi meu entendimento do que estava acontecendo, do que ela estava enfrentando, e de como era extremamente difícil tomar as rédeas da situação. Porque era muito tumultuoso.
“Então, o fato de ela ter conseguido se manter muito gentil com os outros, gentil e generosa, de ter praticado o bem para o mundo enquanto administrava sua vida pessoal… Acho que ela era extraordinária!”
Você tinha assistido à série antes de ser escalada? O quanto você conhecia de The Crown?
Elizabeth: “Sim, tinha. Eu era muito fã. Minha querida amiga Vanessa Kirby interpretou a princesa Margaret, então é por isso que eu comecei a ver. Depois acabou virando essa obra incrível de ser contemplada.”
A morte da rainha Elizabeth afetou a maneira como você enxerga o objetivo da série?
Elizabeth: “Foi muito triste, claro, quando a rainha morreu. Acho que afetou todos nós. Paramos as gravações. Nós estávamos na Espanha na época. Para mim, a série sempre teve o desejo de permitir que as pessoas, por meio da interpretação, entendessem como este tipo de vida é, o quão difícil pode ser e os sacrifícios envolvidos. Acho que isso não mudou.”
Assista à entrevista na íntegra clicando aqui ou dando play abaixo:
Fonte: adorocinema.com
