Scarlett Johansson não é apenas atriz, como também produtora, empresária e cantora. Conhecida por dar vida a Natasha Romanoff/Viúva Negra no Universo Cinematográfico Marvel, ela já lançou dois álbuns com os quais demonstrou suas habilidades musicais. Porém, esse talento não ajudou muito na hora de disputar o papel dos seus sonhos.
Quando o diretor Tom Hooper estava montando o elenco de Os Miseráveis – adaptação do aclamado espetáculo da Broadway, que, por sua vez, é baseado no célebre romance de Victor Hugo –, Johansson foi uma das que fez teste para Fantine. “Eu cantei com muita paixão”, lembrou a atriz ao portal Broadway.com, em 2013.
Johansson contou que estava “muito feliz” na ocasião, mas que estava doente. “Fiz a audição com laringite. Fiz de tudo para não ter laringite”, disse. Apesar de não ter conseguido a vaga, que acabou nas mãos de Anne Hathaway, Johansson reconheceu que o trabalho da colega foi formidável: “Olhando para o filme agora, sei que nunca poderia ter superado aquela performance. Foi perfeita, e acho que foi algo do destino.”
A estrela ainda revelou que, quando pequena, havia feito teste para o papel de Cosette, filha de Fantine, na versão teatral. “Foi divertido para mim revisitar isso. Trouxe de volta muitas memórias”, admitiu Johansson. “A garota com mãozinhas dançantes dentro de mim estava nas nuvens!”
Também protagonizado por Hugh Jackman, Russell Crowe e Eddie Redmayne, Os Miseráveis recebeu 8 indicações ao Oscar, levando três: Melhor Cabelo e Maquiagem, Melhor Som e Melhor Atriz Coadjuvante para Hathaway. Embora a intérprete de Fantine tenha sido a única consagrada do elenco, sua aparição na temporada de premiações provocou uma onda de ódio.
Sim, você leu certo. Enquanto a atriz saía vitoriosa de várias cerimônias, diferentes veículos de comunicação escreviam manchetes como “Por que você ama odiar Anne Hathaway” e “Por que Anne Hathaway é tão má?”. Naquela época, parecia que as falas de Hathaway incomodavam as pessoas.
Um dos episódios mais criticados foi quando ganhou o Globo de Ouro e, posteriormente, voltou aos palcos quando Os Miseráveis ganhou o prêmio de Melhor Filme Musical ou de Comédia. Hathaway, apesar de estar cercada pela equipe e pelo elenco, decidiu pegar o microfone e continuar com seu discurso de aceitação para dizer o que não tinha tido tempo de dizer anteriormente.
Para uma parte do público, ela “fingia” surpresa em todos os eventos, sempre com expressões dramáticas. E então veio o Oscar. Ele começou seu agradecimento dizendo “tornou-se realidade!” e mais tarde confessou que tinha ensaiado. As hashtags #Hathahaters e #Hathahate despontaram nas redes sociais.
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Em 2021, Hathaway falou ao The Sun sobre o ódio que recebeu na ocasião, admitindo que pesquisou seu nome no Google após ganhar a estatueta dourada e se deparou com notícias como as mencionadas acima. “Eu não quero desenterrar o passado, mas eu tinha meu monstro lá fora”, desabafou ela. “A internet se voltou contra mim. Eles me odiaram, e isso não foi pouca coisa.”
A atriz, no entanto, prefere ficar com o positivo. “Foi uma coisa muito boa para mim em um nível pessoal. Você pode ser incrivelmente fortalecido por essas coisas. Quando algo ruim acontecer, não tenha medo, apenas siga em frente, flua com isso.” Em 2014, em entrevista à Harper’s Bazaar, ela disse: “Tudo isso me tornou uma pessoa mais compassiva e atenciosa. E não sinto pena de mim mesma.”
Fonte: adorocinema