Se Blonde e seu diretor Andrew Dominik estão concorrendo a piores do ano no Framboesa de Ouro 2023, o mesmo não pode ser dito de Ana de Armas. A cubana de 34 anos acaba de ser indicada ao Oscar de Melhor Atriz por sua performance como Marilyn Monroe na polêmica cinebiografia disponível na Netflix. Apesar de ter disputado o Globo de Ouro e ainda ter chances de levar um BAFTA, sua nomeação à maior premiação do cinema foi uma verdadeira surpresa.
Ao lado de Ana estão Andrea Riseborough (To Leslie), Cate Blanchett (Tár), Michelle Williams (Os Fabelmans) e Michelle Yeoh (Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo) – todas indicações previstas. A única que não conseguiu uma vaga na lista foi Viola Davis, que estava fortemente cotada por sua atuação em A Mulher Rei.
Mesmo que não ganhe, Ana já fez história por ser a quinta latina a aparecer na categoria em 95 anos de Oscar. As demais foram Fernanda Montenegro (Central do Brasil, 1998), a mexicana Salma Hayek (Frida, 2002), a colombiana Catalina Sandino Moreno (Maria Cheia de Graça, 2004) e a mexicana Yalitza Aparicio (Roma, 2018).
Blonde: Ana de Armas visitou túmulo de Marilyn Monroe e pediu permissão para filme da Netflix
Blonde é baseado no romance homônimo de Joyce Carol Oates, que reimagina a vida de Norma Jeane Mortenson, mais conhecida como Marilyn Monroe. Atriz, cantora e modelo, ela se tornou um dos maiores nomes de Hollywood de todos os tempos, vivendo o auge de seu sucesso nos anos 1950 e início dos anos 1960.
No entanto, por trás dos holofotes, Norma Jean carregava traumas de sua conturbada infância, período em que passou por vários lares adotivos e até morou em um orfanato. A isso se somam questões que vieram com a fama, como relacionamentos abusivos, violência doméstica, hiperssexualização e exploração de sua imagem, abuso de poder, dependência de drogas, perseguição da imprensa e muitas outras.
A autora do livro sempre destacou que sua obra é de ficção e que não deve ser encarada como uma biografia, mas foi o fascínio que sentiu pela musa de Hollywood que a levou a escrever 738 páginas recontando sua história pelas lentes da altura cultura das celebridades. Logo, o leitor tem a sensação de acompanhar algo real, o que é potencializado na adaptação de Dominik.
Vale lembrar que, inicialmente, o longa-metragem sairia em junho de 2021, mas o fato de conter cenas de sexo excessivamente explícitas atrasou seu lançamento para 28 de setembro de 2022. Além disso, gerou controvérsia por, ao invés de denunciar o machismo, a misoginia e o sexismo que sempre cercaram Marilyn, reforçá-los de forma cruel, insensível e fetichizada.
No elenco do filme ainda estão nomes como Adrien Brody (O Pianista), Bobby Cannavale (Nove Desconhecidos) e Julianne Nicholson (Mare of Easttown). A Netflix recrutou os produtores de 12 Anos de Escravidão e Moonlight, Dede Gardner e Jeremy Kleiner, para o projeto, que tem Brad Pitt como coprodutor.
O Oscar 2023 acontece no dia 12 de março, em Los Angeles.
Fonte: adorocinema