Os indicados ao Oscar 2023 foram revelados recentemente e, novamente, os filmes de terror acabaram sendo esnobados na maior premiação de cinema, com destaque para Não! Não Olhe! de Jordan Peele e X: A Marca da Morte / Pearl de Ti West, que foram excluídos das indicações mesmo aclamados pela crítica e público. Com isso acontecendo, a atriz Mia Goth comentou sobre “mudanças necessárias” na Academia.
Estrela de X: A Marca da Morte, Mia Goth teve uma das atuações mais elogiadas da temporada pelo prelúdio Pearl, filme que perturbou até Martin Scorsese, mas não foi lembrada pelo Oscar. “Eu acho que é muito político” disse Goth em entrevista ao Jake’s Takes quando questionada sobre as esnobadas do Oscar com Pearl e filmes de terror no geral. “Não é inteiramente baseado na qualidade de um projeto em si. Há muita coisa acontecendo lá e muitos cozinheiros na cozinha quando se trata de indicações. Talvez eu não devesse dizer isso, mas acho que é verdade. Acho que muita gente sabe disso”.
“Uma mudança é necessária. Uma mudança deve ocorrer se eles quiserem se envolver com o público em geral. Acho que seria benéfico, realmente, [indicar filmes de terror]”, reforçou. Diversos filmes de terror que entraram em listas de melhores produções de 2022 passaram completamente batido de indicações no Oscar, com destaque para Noites Brutais, X: A Marca da Morte, Pearl, O Telefone Preto e Não! Não Olhe!, além de atores com atuações elogiadas como Mia Goth, Anna Diop, Rebecca Hall, Daniel Kaluuya e Keke Palmer.
Por que o Oscar esnoba os filmes de terror?
As falas de Mia Goth são pertinentes, especialmente levando em conta o histórico recente de esnobadas do Oscar em produções de terror, como Hereditário (2018) de Ari Aster, especialmente sem indicação de Toni Collette com uma das atuações mais elogiadas daquele ano, e de Nós (2019) de Jordan Peele, sem indicação para Lupita Nyong’o – por sinal, duas atrizes que foram prestigiadas anteriormente na premiação.
Obviamente que temos casos de filmes de terror que tiveram destaque no Oscar, como O Exorcista (1973), Tubarão (1975), O Sexto Sentido (1999) e, mais recentemente, Corra! (2017). Mas é nítido que esses são casos fora da curva e que normalmente os filmes do gênero são tratados como inferiores pelas principais premiações do cinema – questão que o próprio mestre do terror Stephen King comentou quando Florence Pugh não foi lembrada por sua atuação em Midsommar – O Mal Não Espera a Noite (2019).
“É verdade. O horror é, normalmente, considerado um gênero periférico”, escreveu Stephen King em publicação no seu Twitter em 2019.
De qualquer forma, Mia Goth é uma das principais estrelas do terror atual, protagonista da trilogia idealizada por Ti West que consiste em X – A Marca da Morte, o prelúdio Pearl (que estreia nos cinemas brasileiros em 9 de fevereiro) e sua vindoura conclusão em MaXXXine. Além disso, ela estrela Infinity Pool, novo filme de Brandon Cronenberg.
Fonte: adorocinema