Varrendo os cinemas com a força de seus próprios gladiadores, entregou exatamente o que prometeu: um espetáculo ainda maior baseado na era do Império Romano. Talvez a cena mais impressionante que vemos no filme seja a batalha naval no coliseu, que, para a surpresa de muitos, é bastante precisa do ponto de vista histórico. Mas também é preciso dizer que e seu roteirista introduziram algumas de suas próprias invenções.
Essas batalhas navais eram chamadas de naumaquias e foram inventadas pelo próprio Júlio César em 46 a.C. Seguindo a política do pão e circo, o público faminto dos coliseus exigia espetáculos cada vez maiores, e foi em comemoração ao triunfo de César que os romanos receberam algo nunca visto antes: um combate em navios que ocorreu perto do Tibre, em um grande lago artificial com capacidade para 16 galés, do qual participaram 4 mil remadores escravos e 2 mil gladiadores.
O evento foi tão impressionante que seu sucessor, Augusto, o repetiu, elevando o nível. Assim, 30 navios e 3 mil combatentes estavam presentes em sua naumaquia, em outro lago artificial medindo 530 metros x 350 metros, que pretendia simular a cena da Batalha de Salamina, e onde os romanos se vestiam como persas e gregos. Embora a morte fosse muito real para seus participantes, não se deve esquecer que, para o público, eram representações históricas, muitas vezes de batalhas antigas.
As naumaquias também chegaram aos coliseus a partir do ano 80, sob o governo de Tito. Elas tinham de ser menores devido ao espaço reduzido dos anfiteatros, mas a escala menor era compensada pelo impressionante trabalho de engenharia envolvido. Os espectadores assistiam a passagem entre espetáculos terrestres e aquáticos em apenas 35 minutos, a arena e as paredes eram impermeabilizadas com cal e o coliseu eram inundado. Os barcos eram transportados por guindaste ou podiam ser construídos na areia.
É improvável que houvesse tubarões
Em um detalhe do longa-metragem mais hollywoodiano do ano, tubarões desfilam perto da batalha. Não há registros históricos que comprovem que isso aconteceu. Embora os romanos não tivessem problemas em introduzir criaturas nos coliseus (inclusive rinocerontes, como também aparecem no filme), essas águas eram profundas apenas o suficiente para o calado dos barcos.
As naumaquias do filme também não parecem corresponder à cronologia histórica. Embora continuassem a ser realizadas séculos mais tarde, após o fim do Império Romano (a última registrada foi na época de Napoleão, no século XIX), foram poucas ocasiões em que os romanos as realizaram em coliseus e, entre elas, não há evidências delas no século III, quando Gladiador 2 se passa.
*Fique por dentro das novidades dos filmes e séries e receba oportunidades exclusivas. ou em sua plataforma de áudio favorita, e seja um Adorer de Carteirinha!
Fonte: adorocinema