Baseada no romance homônimo de Margaret Atwood e uma das produções mais premiadas da década, The Handmaid’s Tale está agora em sua 5ª temporada e tem uma importante missão: preparar a história para a 6ª e última leva de episódios. Sim, a longa jornada encarada por Elisabeth Moss se aproxima de seu fim.
Desde que conhecemos a terrível República de Gilead, a vida de June Osborne, anteriormente Offred, mudou da água para o vinho. Embora tenha escapado da garra dos fundamentalistas e esteja mais apta do nunca a destruí-los, a protagonista nunca vai conseguir superar os traumas que sofreu lá dentro.
O mesmo vale para os fãs do seriado, que, desde 2017, acompanham a incansável luta travada por June contra aqueles que sequestraram sua filha, separaram sua família e a transformaram em um mero corpo reprodutor, vítima dos mais diferentes tipos de abuso físico, verbal e sexual.
Olhando para as temporadas anteriores, pequenos detalhes curiosos podem ser lembrados, como em um episódio da 2ª temporada, “Unwomen” (2×02), em que June é libertada de seu longo cativeiro e encontra refúgio na redação abandonada do The Boston Globe. Lá ela acaba assistindo à famosa cena de Friends em que Monica (Courteney Cox) e Rachel (Jennifer Aniston) enumeram as zonas erógenas femininas para Chandler (Matthew Perry).
Mas por que a equipe criativa de The Handmaid’s Tale decidiu inserir a sitcom dos anos 90 na cena? A verdade é que há uma razão para isso, comentada inclusive na época da exibição.
Uma vez dentro do jornal, June navega pelas mesas dos ex-funcionários para conhecer parte de sua história e se reconectar com a vida que levava antes de ser capturada como Aia. Entre os objetos que recolhe está um DVD da série também estrelada por Lisa Kudrow, Matt LeBlanc e David Schwimmer. Mais especificamente o disco que contém o episódio “Aquele com o útero de Phoebe” (04×11).
Um dos produtores executivos The Handmaid’s Tale, Warren Littlefield, explicou que fazer referência a Friends foi uma tentativa de reduzir o drama e a escuridão do massacre ocorrido no The Boston Globe. Ele disse em entrevista à Entertainment Weekly:
“Sabemos o quão dramática e importante essa história foi para mostrar o quão terrivelmente mal a imprensa pode ser tratada em um mundo fascista como Gilead. Mas June também vai explorar as mesas das pessoas e todas as suas coisas, então pensamos: ‘Como podemos suavizar um pouco?'”
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“Acho que fui eu quem sugeriu: ‘Não sei, um DVD de Friends?'”, lembrou Littlefield. “O co-produtor executivo e showrunner Bruce Miller concordou com a ideia, e a conversa dos roteiristas na sala rapidamente se voltou para qual episódio eles poderiam usar. Houve uma rápida troca de momentos memoráveis de [Friends], e essa seria a justaposição perfeita para o mundo de Gilead.”
No entanto, incluir um trecho da imbatível comédia criada por Marta Kauffman e David Crane não foi tão fácil quanto parecia. O produtor também revelou que teve que pedir permissão aos representantes de Aniston, Cox e Perry. No fim das contas, valeu a pena:
“June está sentada com as costas contra a parede e está assistindo ao episódio. De repente surge um sorriso em seu rosto. Acho que todos nós temos esse sentimento. É Friends. Quem não ama Friends?”, brincou o executivo.
Fonte: adorocinema.com