O Cravo e a Rosa já é um patrimônio da teledramaturgia brasileira. Veiculada pela Rede Globo há mais de duas décadas, a novela escrita por Walcyr Carrasco e Mário Teixeira, com a colaboração de Duca Rachid, tem como inspiração a obra A Megera Domada, de William Shakespeare, e O Machão, folhetim de Ivani Ribeiro exibido nos anos 1970.
Sucesso de audiência, o projeto é conhecido pela construção de 26 cenários de estúdio e por utilizar cerca de mil peças de figurino durante sua montagem. Entre as diversas reprises, uma edição especial da trama está no ar na emissora atualmente.
Assim como outras produções extensas da TV, a exibição do projeto acompanhou o público por quase um ano. Com isso, a trama foi de 26 de junho de 2000 até 9 de março de 2001, com 221 episódios. O AdoroCinema preparou um conteúdo sobre como era o mundo na época em que a atração foi veiculada pela primeira vez. Vamos nos ater ao ano em que a maior parte da trama foi exibida.
O Cravo e a Rosa acompanha uma divertida história de amor entre Catarina Batista (Adriana Esteves), uma mulher moderna e feminista para o seu tempo, e Julião Petruchio (Eduardo Moscovis), um machista que acredita que a mulher deve ser a senhora do lar, submissa ao marido e aos seus familiares. Duas pessoas muito diferentes que vivem um romance contraditório.
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Catarina é conhecida como “a fera” por assustar todos os seus pretendentes com seu jeito forte de ser, esbarra na vida do teimoso Petruchio que decide conquistá-la para, com o dote do casamento, salvar sua fazenda que está para ser leiloada. Os dois acabam se apaixonando de verdade, mas nem um nem o outro quer dar o braço a torcer, e vivem juntos situações divertidas juntos de suas icônicas famílias e amigos. Dinorá (Maria Padilha), mulher de Cornélio (Ney Latorraca), tio de Petruchio, entrega a dívida que ele tem com seu marido a um agiota, que cobra a dívida, exigindo a propriedade do fazendeiro como pagamento, a fazenda Santa Clara.
Além do casal de protagonistas, interpretados por Adriana Esteves e Eduardo Moscovis, o elenco ainda inclui Luis Melo, Ney Latorraca, Leandra Leal, Angelo Antônio, entre outros.
Para os nascidos depois de 2000, é interessante lembrar que o ano foi responsável pelo grande medo causado pelo possível “BUG do Milênio”, em que, teoricamente, os computadores teriam uma falha geral no sistema devido a virada de 99 para 00. Nada aconteceu.
Dessa forma, há 22 anos, serviços de streaming eram apenas parte de um sonho nada palpável. Aliás, na época, as pessoas ainda não tinham acesso à internet da forma como hoje. Diferente de como era o Brasil e o mundo quando A Favorita foi exibida, para se ouvir músicas novas, as pessoas se direcionavam às principais estações de rádio de suas regiões.
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Curiosamente, a relação entre as principais mídias, rádio e TV, vivia o auge da sincronia, com faixas que disputavam um espaço no Top 10 vindas diretamente das trilhas sonoras das novelas da época. O folhetim Uga Uga, inclusive, rendeu bons impulsos para alguns artistas.
Naquele período, diversos músicos deixaram sua marca na indústria, como Beyoncé, Britney Spears, Christina Aguilera, Sandy, Capital Inicial, Mariah Carey, Backstreet Boys e Bon Jovi. Muitos dos citados, inclusive, continuam a todo vapor, como é o caso da Queen B, que acaba de lançar o grandioso Renaissance.
Abaixo, confira alguns hits da época:
Twister – Perdi Você
Karametade – Morango do Nordeste
Los Hermanos – Anna Julia
Chitãozinho & Xororó – Alô
Maurício Manieri – Pensando em Você
Leonardo – Deixaria Tudo
Os Travessos – Tô Te Filmando (Sorria)
KLB – A Dor Desse Amor
Ivete Sangalo – Se Eu Não Te Amasse Tanto Assim
Como já diria Isabela Boscov, “há de se tirar o chapéu” para as maiores bilheterias de 2000. Liderado por Missão Impossível 2, com um montante de arrecadação de US$ 549 milhões, a lista dos filmes mais vistos em todo o mundo ainda inclui Gladiador, Náufrago, Mar em Fúria e X-Men – O Filme.
Foi um ano prolífico para quem ama cinema, além de ter opções variadas nas telonas, de comédias a thrillers. No período, outras grandes produções deram as caras nos cinemas, como é o caso de Todo Mundo em Pânico, As Panteras, Psicopata Americano, Miss Simpatia, Pânico 3, A Nova Onda do Imperador e Corpo Fechado.
Entre as produções que marcaram o ano, dos principais canais brasileiros, estão O Diário de Daniela, a exibição de Friends na RedeTV!, as novelas Uga Uga, Marcas da Paixão, Terra Nostra, Laços de Família, Esmeralda, entre outras.
Além das novelas, naquele ano a Rede Globo veiculou a primeira edição do No Limite. O sucesso fez com que outros formatos de reality shows fossem adaptados pela emissora nos anos seguintes.
A primeira temporada do Programa do Jô foi ao ar em abril de 2000. Na mesma semana, o Caldeirão do Huck estreou na grade da Globo. Três meses depois, a TV Globinho também foi lançada.
De volta à TV aberta em 2022, e agora disponível no Globoplay, O Cravo e a Rosa está de segunda à sexta na grade vespertina da Rede Globo.
