Clarice Falcão acaba de lançar a mais nova série do Prime Video. A comédia Eleita chegou ao catálogo do streaming nesta sexta-feira (7), durante o período eleitoral brasileiro, com sete episódios.
Criada pela atriz em conjunto de Célio Porto, a produção se passa em um futuro distópico não muito distante, no qual o estado do Rio de Janeiro está literalmente caindo aos pedaços. O governo fluminense não tem um tostão furado, e o resto do país não está muito melhor: não existem mais livros, professores, editoras ou imprensa profissional. Para piorar, a política virou um circo tão esquisito que dá saudade da época em que o Macaco Tião quase foi eleito como prefeito do Rio.
Neste cenário caótico, Fefê (Falcão), uma jovem influenciadora digital com aversão a qualquer tipo de responsabilidade, decide se candidatar a governadora do estado “na zoeira”. O problema é que essa piada fez sucesso. Eleita, ela — que não sabe a diferença entre governador e prefeito — tentará conciliar sua vida agitada de festas com a administração do Estado do Rio de Janeiro — o que não só é difícil, mas impossível.
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Em entrevista ao AdoroCinema, Clarice explicou como a série, que chega em meio às eleições brasileiras, pode influenciar o modo como o público vai às urnas no 2º turno. Questionada sobre a possibilidade de gerar reflexões acerca da responsabilidade do voto, ela é assertiva: “Eu espero que sim, a gente sempre espera que sim”, defende.
“A principal mensagem que a gente quer passar é muito sobre o voto, muito mais sobre o voto do que sobre o lado. Para a gente pensar no que a gente está votando, em quem a gente está votando, em como é importante escolher com responsabilidade”, explica a responsável pelos discos Monomania, Problema Meu e Tem Conserto.
“A série fala muito sobre isso: olha o que pode acontecer, que tipo de pessoa você pode eleger se você não tem responsabilidade, se você não leva seu voto a sério. Então vira uma relação totalmente tóxica”, reflete.
Sobre Fefê Pessoa, sua personagem, houve um desejo em criar uma persona que fosse uma alegoria sobre o tempo presente quando o assunto é política. “Eu sinto que a série é muito mais do que criticar a esquerda ou a direita”, introduz a atriz. “Eu sou obviamente de esquerda e acho que tem ali uma zoeira comigo, com a gente. Até pelo fato da personagem ser apolítica. É uma personagem egoísta, que pensa muito mais no que vai favorecer ela, no que ela quer. Por um lado ela tem elementos de esquerda, por outro ela quer privatizar uma cidade inteira. Então, é uma coisa bem apolítica.”
Questionada se o roteiro de Eleita poderia acontecer na vida real, Clarice é enfática: “Sim, com certeza! Acho que já está acontecendo. Em vários aspectos, acho que a Fefê é melhor do que muita gente por aí. Por pior e mais bizarra que ela seja, sempre tem alguém mais bizarro. Vendo o histórico do Rio, sinto que ela pode ser melhor do que muita gente”, brinca a artista.
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Ao fim do papo, Clarice transpõe alguns elementos da série para a realidade. Caso estivesse em uma realidade em que se candidatasse ao cargo de governadora, ela afirma que fugiria, em meio a algumas risadas.
Ela vai além: “Se eu fosse presidente, acho que a minha primeira medida seria igual a do Lula: quebrar o sigilo de 100 anos [de Jair Bolsonaro]”. Por fim, Clarice acrescenta: “O Rio de Janeiro é muito uma bagunça, acho que minha primeira medida seria me mudar. Fugir, sumir. Ninguém mais vai saber de mim”, diz ela aos risos ao acrescentar que “nenhum [governador] terminou [o mandato], é muito bizarro”.
Eleita já está disponível no catálogo do Prime Video.