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Cinema

Considerada racista, esta famosa música da Disney vai desaparecer em breve

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Em junho de 2020, veio a tão aguardada mas ainda surpreendente notícia: a Splash Mountain, uma das principais atrações dos da e ativa desde 1989, estava com os dias contados. Ou mais precisamente, nas palavras da própria empresa, teria que ser “completamente reimaginada”. Mais de dois anos depois, isso está prestes a acontecer de fato.

O motivo? O brinquedo é baseado no polêmico filme A Canção do Sul, lançado em 1946 e acusado de reforçar preconceitos raciais ao representar de forma caricaturada a experiência da escravidão nos EUA. A Disney planeja transformar o espaço na chamada Tiana’s Bayou Adventure, inspirada na animação A Princesa e o Sapo (2009), que apresenta um casal de protagonistas negros.

Uma petição online, tendo coletado mais de 21 mil assinaturas, exigia uma atitude da Disney. “Embora a atração seja muito popular, sua história e sua narrativa são extremamente problemáticas, carregando estereótipos racistas”, afirma o documento. “Há uma grande necessidade de diversidade no parque, e a mudança de tema para A Princesa e o Sapo pode ajudar.”

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Walt Disney World
A famosa queda da Splash Mountain.

Parece que a mensagem foi ouvida pela Disney: a Splash Mountain de Orlando vai fechar suas portas no dia 23 janeiro de . “Com nosso longo histórico de atualização de atrações e adição de nova magia, a reformulação da Splash Mountain é de particular importância hoje”, disse a Disney em um comunicado anterior.

“O novo conceito é inclusivo – com o qual todos os nossos visitantes podem se conectar e se inspirar, e fala sobre a diversidade de milhões de pessoas que passam por nossos parques todos os anos.”

Nessa varredura vai junto a característica música-tema da Splash Mountain, “Zip-a-Dee-Doo-Dah”, que estava presente desde a inauguração do Magic Kingdom. Originalmente, fazia parte da trilha de A Canção do Sul, performada pelo ator James Baskett. Também levou o Oscar em 1948. Agora deve dar a uma das faixas de A Princesa e o Sapo, compostas por Randy Newman e Alan Menken.

UMA GRANDE PEDRA NO SAPATO DA DISNEY

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Walt Disney Productions
Cena de A Canção do Sul.

A Canção do Sul foi o 11º longa-metragem da Disney e misturava animação e live-action para adaptar “Tio Remus”, uma série de contos publicada pelo americano Joel Chandler Harris entre 1880 e 1905. Até hoje, continua sendo a grande pedra no sapato do estúdio.

O filme também permitiu a Baskett, que interpreta o tio Remus, receber um Oscar honorário. Ambientado em uma plantação de algodão no Sul dos EUA, só foi exibido nas telonas em 1986, por ocasião de seu 40º aniversário, e nunca teve um lançamento oficial em DVD e Blu-ray.

Em 2011, Bob Iger, recém-retornado à chefia da Disney, explicou que não era realmente do interesse da empresa e dos acionistas reviver a obra, apesar do possível ganho financeiro (via Newsweek). A todo-poderosa NAACP (Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor), fundada em 1909, lamentou que A Canção do Sul “ajude a perpetuar uma imagem perigosamente glorificada da escravidão”.

Diante de tudo isso, é quase redundante dizer que o longa não está disponível no catálogo do Disney+.

Fonte: adorocinema

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