A Taiwan Semiconductor Manufecturing Company (TSMC) é uma peça-chave no mercado global de CPUs: é ela que fabrica os chips mais avançados, porque domina as técnicas de produção.
Por isso, a TSMC é um elemento crucial na rivalidade tecnológica entre EUA e China. Os americanos temem que os chineses assumam o poder em Taiwan, e passem a ter controle total sobre o suprimento de CPUs de última geração – podendo eventualmente se recusar a vendê-las para os EUA.
Os americanos vêm tentando mitigar esse risco, convencendo a TSMC a abrir fábricas em outros países: em fevereiro, a empresa inaugurou sua primeira planta no Japão, e está construindo um centro fabril de US$ 40 bilhões no estado americano do Arizona. Mas também há uma defesa tecnológica envolvida: segundo o chairman da TSMC, Mark Liu, as máquinas que produzem os chips possuem um mecanismo de segurança – e podem ser desativadas à distância.
Isso significa que, em caso de ocupação de Taiwan, a expertise tecnológica da TSMC poderia se tornar inacessível aos chineses. A função de desativação remota teria sido adicionada pela empresa holandesa ASML (Advanced Semiconductor Material Lithography), que produz as máquinas, a pedido dos Estados Unidos. Apenas 11 países, entre eles os EUA, reconhecem a independência de Taiwan.
As máquinas da ASML e as fábricas da TSMC onde elas estão são importantes para a China, pois a produção de CPUs é uma das poucas tecnologias que o país ainda não domina. Os chips de computador são produzidos por meio de litografia, ou seja, eles são “impressos”.
Esse setor é liderado pela ASML (empresa que nasceu como uma spin-off da também holandesa Philips, em 1984), cujas máquinas trabalham com os níveis mais altos de precisão – atualmente, conseguem produzir chips com precisão de 3 nanômetros.
As máquinas chinesas de litografia ainda estão muito atrás: o modelo mais avançado da SMEE (Shanghai Micro Electronics Equipment) trabalha a 28 nanômetros – mesmo nível das CPUs lançadas no começo dos anos 2010.
Fonte: abril