Até onde sabemos, houve duas grandes ondas migratórias para fora da África. A primeira é crédito do Homo erectus, um hominídeo de corpo e cérebro um pouco menores que o Homo sapiens, que surgiu há 2 milhões de anos e foi um dos primeiros primatas de feições perceptivelmente humanas.
O erectus ocupou toda a Eurásia, mas não atravessou para as Américas. É provável que seja o ancestral, em última instância dos neandertais que emergiram mais perto da Europa; dos denisovanos, mais para o lado asiático do mapa, e de nós, sapiens – que viemos, evidentemente, da África.
(Reforçamos que esse é um resumo: existem outras espécies nessa árvore filogenética, sejam elas intermediárias, sejam ramificações hoje extintas.)
A segunda saída da África foi a do ser humano moderno – Homo sapiens anatomicamente indistinguíveis de nós –, há cerca de 100 mil anos. Conforme avançamos na Eurásia, encontramos neandertais e denisovanos, e fizemos bebês com eles (as espécies eram tão próximas que conseguiam produzir prole viável).
Foram tantos bebês, de fato, que quase todo ser humano carrega algo entre 1% e 4% de DNA neandertal em seu genoma – a exceção são africanos de famílias inteiramente africanas, cujos antepassados não encontraram outros membros do gênero Homo.
Em suma, nós somos majoritariamente descendentes de sapiens que saíram da África, com uma pequena contribuição de outras espécies que saíram antes de nós.
Pergunta de @gustavo_saboia, via Instagram
Fonte: abril