“Saber” é uma palavra forte. A capacidade de se colocar no lugar dos outros e imaginar que os demais seres vivos têm
intenções é chamada “teoria da mente” e é algo exclusivo de animais mais complexos, como chimpanzés, golfinhos, corvos e, é claro, seres humanos.
Mas a resposta, com ressalvas, é um “sim”, porque os machos acabaram evoluindo algum grau de prevenção contra esse problema tão corriqueiro (rs): 60% das tentativas de cópula terminam com eles devorados – e sem sexo: as fêmeas só almoçam, mesmo.
Um estudo de 2021 acompanhou 52 casais e verificou que os machos atacam preventivamente para imobilizar as fêmeas. Alguns conseguem e se reproduzem, outros morrem.
Trata-se de um fenômeno previsível do ponto de vista da seleção natural, já que os dóceis morrem sem cópula – enquanto os sobreviventes vivem para transar de novo, espalham mais seus genes e deixam mais bebês, que terão o mesmo comportamento.
É importante reforçar, porém, que esse é um comportamento tão instintivo quanto tirar a mão do fogo quando você se queima. O macho não fica triste, decepcionado ou com raiva da pretende. É só a maneira como as coisas são: para ele, sexo é assim – uma dor de cabeça sem solução.
Pergunta de @lldelima, no X (ex-Twitter).
Fonte: artigo “Male coercion and female injury in a sexually cannibalistic mantis”, por Nathan W. Burke e Gregory I. Holwell.
Fonte: abril