ANS torna obrigatória a aplicação de implantes contraceptivos por planos de saúde
Em uma medida histórica que tem repercutido fortemente no Brasil, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciou que os planos de saúde deverão, a partir de agora, oferecer a aplicação de implantes contraceptivos como parte do rol de cobertura obrigatória.
Essa decisão, que altera profundamente a forma como os brasileiros acessam serviços de saúde, é vista por muitos como uma vitória para a saúde das mulheres, proporcionando maior acesso a um método contraceptivo eficaz e de longo prazo.
A medida passa a valer a partir de 2 de janeiro e milhares de mulheres, que antes enfrentavam barreiras econômicas para obter o método, poderão usufruir da opção sem custos adicionais.
Impacto positivo
O implante contraceptivo é um pequeno dispositivo de silicone, inserido sob a pele do braço, que libera hormônios de forma contínua e impede a gravidez por até três anos.
Ele é considerado uma das opções mais eficazes de contracepção, com uma taxa de falha extremamente baixa. No entanto, o custo elevado, que pode variar entre R$1.500 e R$2.000, muitas vezes impede que mulheres de classes sociais mais baixas tenha acesso a ele.
Coma inclusão no rol de procedimentos obrigatórios, os implantes trazem um impacto muito positivo não só para o controle da natalidade, como para ajudar mulheres a terem uma qualidade de vida melhor.
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Liberdade de escolha
Para Mariana Souza, de 28 anos, mãe de uma criança de 5 anos, a medida traz alívio. Há anos ela cogitava o uso do implante, mas o alto custo a impediu de adotá-lo.
“Eu sabia que o implante era uma excelente opção, mas não podia pagar por ele. Agora, com essa mudança, vou finalmente conseguir ter a liberdade de escolher um método mais duradouro e sem os problemas da pílula, como o esquecimento ou efeitos colaterais”, contou emocionada.
Visão médica
Para especialistas, a medida da ANS reflete um avanço na oferta de cuidados com a saúde da mulher. O implante contraceptivo é amplamente recomendado por ginecologistas devido à sua alta eficácia e ao fato de ser um método de longa duração, que não exige ação diária.
De acordo com a ginecologista Dra. Clara Lemos, “o implante é uma excelente opção para mulheres que buscam contracepção de longo prazo e não querem depender de métodos diários. Ele é eficaz, com uma taxa de falha inferior a 1%, e permite maior liberdade para a mulher.”
Além disso, o implante também é uma alternativa para aquelas que experimentam efeitos colaterais com outros métodos, como pílulas e injeções, ou que simplesmente não querem se preocupar com contracepção por vários anos.
No entanto, Dra. Clara alerta que, como qualquer método hormonal, o implante pode ter efeitos colaterais, como alterações no ciclo menstrual, sangramentos irregulares e, em raros casos, dores no local da inserção.
“É importante que as mulheres estejam cientes desses efeitos, mas, no geral, os benefícios superam os riscos para a grande maioria”, afirma a especialista.
Fonte: sonoticiaboa