Imagine que um cachorro poodle, branco e gordinho, está passando na sua frente. Imaginou? Você não estava vendo o cachorro – mas o seu cérebro acionou os mesmos circuitos usados para enxergá-lo de verdade (1).
A ciência já sabe disso há algum tempo. Mas como a mente diferencia as imagens reais das imaginárias? E por que as cenas imaginadas são tão fugidias, com muito menos detalhes? Cientistas ingleses encontraram uma pista (2).
Eles exibiram fotos de quatro coisas – um regador, uma bola, um peixe, um galo – a 35 pessoas, enquanto monitoravam sua atividade cerebral. Em seguida, pediram que os voluntários imaginassem cada um daqueles objetos.
As mesmas regiões do cérebro (ínsula anterior, área motora pré-suplementar e córtex frontal dorsolateral) foram ativadas, seguindo padrões similares, quando as pessoas estavam vendo ou imaginando um determinado objeto.
Mas, eis a descoberta, também houve uma diferença crucial. Quando os voluntários estavam usando a imaginação, a atividade dessas áreas era mais fraca.
Segundo os cientistas, isso sugere que o cérebro usa a intensidade dos sinais entre os neurônios como parâmetro para diferenciar o real do imaginado.
Fontes 1. The heterogeneity of mental representation: Ending the imagery debate. J Pearson e S Kosslyn, 2015. 2. Subjective signal strength distinguishes reality from imagination. N Dijkstra e S Fleming, 2023.
Fonte: abril