Faz tempo que ter o celular roubado ou furtado vai muito além da perda do aparelho. O ladrão pode acessar os apps bancários e de redes sociais que estiverem instalados no smartphone, e fazer um estrago imenso – limpar contas bancárias, fazer empréstimos fraudulentos e se passar por você em diversas situações e plataformas.
No começo deste ano a Apple adicionou um recurso ao iPhone, chamado “Proteção de Dispositivo Roubado”, que tenta impedir isso – ele exige a reautenticação biométrica para o acesso a certas configurações críticas, como a alteração da senha Apple (que os ladrões fazem para desabilitar o rastreamento do aparelho).
Agora, o Android irá ganhar um pacote de funções com o mesmo objetivo – e algumas características bem engenhosas, como o bloqueio automático de tela. O sistema operacional vai usar os sensores de movimento do celular, e um algoritmo de IA, para detectar o furto do aparelho (se ele foi arrancado da sua mão e passou a se deslocar rapidamente, como ocorre quando o ladrão está de bicicleta).
Assim que isso ocorrer, o Android irá bloquear a tela, impedindo que o bandido tenha acesso ao conteúdo do smartphone. Segundo o Google, essa função será habilitada em todos os celulares a partir do Android 10 (lançado em 2019). Isso ocorrerá nos próximos meses, por meio de uma atualização do componente Google Play Services.
Além desse recurso haverá alguns outros – somente para o Android 15, a versão mais recente do sistema, que será lançada no terceiro trimestre deste ano.
A primeira novidade é o reforço do sistema Factory Reset Block (FRB), que em tese impede a reativação (e revenda) de um celular roubado, mas foi alvo de vários hacks nos últimos anos. Ele vai ficar mais robusto – e, em tese, imune aos atuais truques. A conferir.
O Android 15 também vai exigir uma reautenticação antes de liberar certas configurações sensíveis – o mesmo reforço que a Apple adicionou ao iPhone. Isso é útil nos casos em que o ladrão obriga a vítima a fornecer a senha ou padrão de acesso ao aparelho.
Por fim, a Android 15 irá ganhar uma “área segura” e oculta, na qual você poderá instalar os seus aplicativos mais críticos, como os de banco e cartão de crédito. Alguns aparelhos, como os Galaxy S e os Xiaomi, já oferecem essa função – mas, agora, ela será integrada ao próprio sistema operacional.
Fonte: abril