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Ciência & Saúde

Estudo revela que pinguins aceitam divórcio em casos de traição

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A grama do vizinho é sempre mais verde, ou, neste caso, mais azul. Um novo estudo descobriu que os pinguins-azuis (ou pinguins-pequenos) são como o Henrique VIII do reino animal: seguem os mesmos princípios do monarca e apoiam a ideia do divórcio. O único problema, além do coração partido, é que eles passam tanto tempo cortejando um novo par que a colônia inteira acaba sofrendo.

Você já deve ter ouvido que pinguins são uma das espécies do reino animal que permanecem juntos a vida toda. Por mais romântico que a ideia pareça, ela também tem sua parcela de conto de fadas. Quer dizer, embora existam casais que permanecem juntos a vida toda, assim como nós, alguns pinguins também enfrentam separações, com direito a divisão de bens.

Além disso, depende bastante de qual espécie de pinguim estamos falando: os pinguins-azul, por exemplo, costumam muitas vezes voltar para o mesmo parceiro em épocas de reprodução, mas alguns abandonam os seus parceiros para perseguir novos namoros, o que os cientistas chamam de “divórcio de pinguim”.

E esses divórcios influenciam bem mais do que só o casal envolvido: o índice de frequência de traições indica para pesquisadores informações sobre a saúde geral da colônia. Esse foi o foco de um novo estudo publicado na revista científica Ecology and Evolution.

Eles descobriram que quanto menor eram os números de términos de relacionamentos, mais garantido era o sucesso reprodutivo do grupo – porém, essa associação não diz respeito ao número de chifres levados.

“Depois de uma época reprodutiva fraca, eles podem tentar encontrar um novo parceiro para a próxima estação para aumentar o seu sucesso reprodutivo”, disse o co-autor do estudo Richard Reina, chefe do grupo de pesquisa em ecofisiologia e conservação da Universidade Monash, na Austrália, em comunicado.

Os estudos foram conduzidos durante 13 temporadas de reprodução dos pinguins-azul da Ilha Phillip, também na Austrália, que é casa para a maior colônia de aves dessa espécie, com 37 mil indivíduos.

Destes, foram considerados mil pares de pinguins, com quase 250 divórcios documentados – as taxas de divórcio eram mais altas durante temporadas reprodutivas menos produtivas e taxas mais baixas durante temporadas reprodutivas mais produtivas.

A pesquisa tentou entender como fatores ambientais e sociais afetam a procriação e o motivo principal para o divórcio.

Dentre as hipóteses possíveis, os cientistas acreditam que existem vários motivos para a separação, como falhas reprodutivas e estresse (razões que também afetam casamentos humanos, inclusive alguns dos relacionamentos do fundador da Igreja Anglicana mencionado no início — a grande sorte é que, no caso dos pinguins, nenhuma ex-esposa corre o risco de perder a cabeça decapitada).

A longo prazo, um novo casamento pode beneficiar a colônia, garantindo que os parceiros sejam mais “compatíveis”, assegurando uma nova geração. O grande problema é que muitos casais parecem escolher a mesma temporada para assinar os papéis.

Os divorciados, então, passam um bom tempo testando o status de solteirões, buscando um novo namoro. Esses pinguins são grandes românticos e gostam de exibir suas qualidades como forma de flerte. No entanto, essa exibição pode demorar bastante e atrasar o período de reprodução.

Além disso, há toda a falta de familiaridade em um novo amor, a timidez clássica do começo de um relacionamento. No caso dessas aves, isso é um risco. Os autores apelidam de “falta de familiaridade com a reprodução” e “redução da eficiência reprodutiva” durante os estágios iniciais de um novo acasalamento.

Ou seja, a chama da paixão do período de lua de mel se apaga e os novos casais têm dificuldade para procriar (não são tão eficientes quanto casais que passaram mais tempo juntos).

“Nossos resultados também sugerem que monitorar as taxas de divórcio pode oferecer uma ferramenta valiosa e não invasiva para acompanhar as tendências reprodutivas em aves marinhas, especialmente em populações que enfrentam condições ambientais flutuantes”, escreveram os autores do estudo.

Fonte: abril

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