Sim: eles têm algo análogo ao Alzheimer. Trata-se de uma síndrome neurodegenerativa irreversível chamada “disfunção cognitiva”. Em geral, só acomete animais idosos.
Os cães exibem sintomas a partir dos oito anos de idade; os gatos, aos onze. Como no Alzheimer, a doença é causada pelo acúmulo de placas de peptídeos beta-amiloides em diferentes partes do cérebro. Isso leva à degeneração de sinapses, morte dos neurônios e diminuição dos neurotransmissores.
Os comportamentos típicos da disfunção cognitiva incluem andar compulsivamente, fazer xixi e cocô em locais estranhos, trocar o dia pela noite, latir e miar excessivamente, não reconhecer os tutores e demonstrar agressividade e ansiedade.
Ao identificar esses sinais, o tutor deve levar o pet ao veterinário para o diagnóstico definitivo. Ele é feito por meio de um exame histopatológico do cérebro do animal, que consiste em coletar uma biópsia e analisar as células sob microscópio. Dessa forma, é possível identificar as placas senis nos neurônios dos pets.
“O ideal é que se faça check-up do pet idoso a cada três ou seis meses”, diz Fernanda D. M. Krug, médica veterinária. “Através de bom exame físico, exame neurológico, exames de imagem e laboratoriais, deve-se descartar outras doenças que possam causar alterações comportamentais”.
A disfunção cognitiva canina e felina não tem cura. Daí a importância de ficar atento aos primeiros sinais e iniciar o tratamento, que pode incluir medicamentos e mudanças na rotina e alimentação dos pets. Isso pode retardar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida dos animais.
Pergunta de @maiolidaniel, via Instagram
Fonte: abril