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Ciência & Saúde

Como fica a Terra com a mudança no campo magnético do Sol?

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A última vez que o campo magnético do Sol mudou sua orientação foi no final de 2013. Esse evento acontece a cada 11 anos, o que significa que a próxima inversão de polaridade deve ocorrer em breve.

O campo magnético é gerado pelo movimento de partículas no interior do Sol. Esse campo, por sua vez, também influencia em como essas partículas se movem, num processo conhecido como dínamo solar.

Ao longo da última década, o norte magnético do Sol esteve no hemisfério norte da estrela, enquanto o sul magnético esteve no hemisfério sul. Parece óbvio, mas o que acontece na Terra é o contrário: nosso norte magnético está no polo sul, e o sul magnético está no norte. Isso significa que, após a inversão do magnetismo no Sol, ele ficará com uma configuração igual à da Terra.

Nosso campo magnético funciona como um escudo. Uma possível inversão dos polos da Terra traria consequências nefastas para a humanidade, nos deixando vulneráveis aos raios cósmicos, ventos solares e raios ultravioleta (UV), além de destruir nossos sistemas de comunicação. Isso ocorre, em média, a cada 450 mil anos.

Quando uma inversão de polaridade acontece no Sol, os efeitos não são graves para a Terra – o que não quer dizer que eles não existam. Abaixo, entenda o que esse evento cíclico representa para a astronomia.

O que a mudança do campo magnético do Sol significa?

A mudança de polaridade marca a transição entre o período de mínimo e máximo solar. A última vez que nossa estrela atingiu o período de maior atividade foi em abril de 2014. A  Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, na sigla em inglês) estima que o próximo máximo solar deve ocorrer entre o final de 2024 e início de 2026.

A variação entre o máximo e mínimo é o que chamamos de ciclo solar, que dura 11 anos. O período de máximo é marcado pela maior e intensidade das manchas solares: pontos escuros na superfície do Sol que resultam nas erupções solares e ejeções de massa coronal.

Na ilustração abaixo, veja a diferença entre um período de menor (2011) e de maior atividade solar (2014). Na primeira imagem, as linhas coloridas que representam o campo magnético estão organizadas, e a superfície do Sol tem poucas manchas. Já no período ativo, o campo magnético está menos concentrado, favorecendo as erupções solares.

Duas imagens lado e lado que demosntra a comparação da complexidade relativa do campo magnético solar entre Janeiro de 2011 (esquerda) e Julho de 2014.
(Goddard Space Flight Center da NASA/Bridgman/Reprodução)

Durante o mínimo solar, o campo magnético do Sol é mais semelhante a um dipolo, com norte e sul bem definidos. Durante o máximo, esse campo se torna mais complexo, sem uma distinção clara entre norte e sul magnéticos. À medida que o mínimo solar se aproxima, os polos magnéticos voltam a se concentrar, só que com uma configuração invertida.

A mudança de polaridade não acontece de uma hora para a outra. Ela é um processo gradual de desorganização e reorganização do campo magnético do Sol – algo que geralmente leva de um a dois anos para acontecer.

Atualmente, o Sol está em maior atividade, como na segunda imagem. Não é à toa que temos visto auroras boreais e austrais ao redor do mundo em 2024 – já que elas são causadas pela interação entre fluxo de matéria solar e o nosso próprio campo magnético. Quanto mais atividade solar, mais auroras.

O ciclo solar faz parte de outro evento mais longo, chamado ciclo de Hale. Ele descreve o período de 22 anos em que o campo magnético do Sol dá uma volta completa – invertendo e retornando ao estado original.

Como a mudança de polaridade do Sol afeta a Terra?

A inversão do campo magnético do Sol é tão gradual que você nem vai notar quando ela tiver terminado. (Lembre que o mesmo aconteceu entre 2013 e 2014, e você provavelmente não tem memórias de um apocalipse).

As consequências mais visíveis do ciclo solar estão relacionadas às erupções solares, que causam auroras aqui na Terra. Em deste ano, uma tempestade solar de nível 5 (o máximo do ranking) resultou nas auroras mais intensas dos últimos 500 anos.

Outro efeito (dessa vez mais sutil) é a proteção contra raios cósmicos. Essas partículas de alta energia são um risco para astronautas e podem danificar equipamentos espaciais. O caos magnético na superfície do Sol durante a inversão de polaridade forma uma espécie de barreira, que desvia os raios cósmicos que tentam entrar no Sistema Solar. Boa notícia para os humanos que estão orbitando a Terra.

Fonte: abril

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