O cicuta-verde (Amanita phalloides), também chamado de chapéu-da-morte, é uma das espécies de mais mortais conhecidas – é estimado que metade de um contenha suficientes para matar um humano adulto. Ele é originário da Europa, mas pode ser encontrado na Ásia, Austrália e Américas.
Por ser visualmente parecido a inofensivos e utilizados na gastronomia, o cicuta-verde é responsável por muitos e mortes. Os sintomas chegam depois de 6 a 12 horas da ingestão e podem incluir náuseas e vômitos, convulsões, coma e a morte.
Pesquisadores descobriram que a espécie se reproduz de uma forma diferente da que eles conheciam; e isso permitiu que ela se espalhasse por lugares novos de forma rápida e fácil. O estudo mostrou que os A. phalloides não estão presos à reprodução sexuada, e podem produzir esporos usando os cromossomos de um único indivíduo.
Baseados nos genomas de 86 cogumelos, coletados na Califórnia desde 1993 e em partes da Europa desde 1978, os pesquisadores encontraram pares de espécimes com materiais genéticos idênticos em diferentes lugares e em diferentes anos.
A sexuada é caracterizada pela troca de genes, permitindo que espécies evoluam, se adaptem e conquistem maior variabilidade genética. É o que acontece com seres humanos e mamíferos, por exemplo: os gametas dos pais se combinam para formar um indivíduo novo e único, a partir de uma mistura do material genético dos dois.
Já a reprodução assexuada não tem nada disso. Esse método dispensa um papai e uma mamãe e o indivíduo, nesse caso, o fungo, se reproduz sozinho. Enquanto essa forma permite que o cogumelo se espalhe mais rápido, ela dá origem apenas a indivíduos idênticos.
Quando o esporo de um cogumelo pousa em uma superfície propícia, ele germina e cresce até frutificar. Repetindo esse método, os esporos assexuados espalham cogumelos por toda parte, sobrevivendo por anos por conta própria e sem a necessidade de um parceiro de acasalamento ou descendentes geneticamente diferentes.
Várias espécies de são capazes de alternar entre reprodução por esporos sexuados e assexuados, dependendo das circunstâncias. Porém, ninguém sabia que o A. phalloides era um deles.
Os pesquisadores também descobriram que os genes dos esporos assexuados coletados na Califórnia entre 1993 e 2015 não eram lá tão diferentes dos esporos sexuais que as espécies daquela região produziam. Segundo eles, isso sugere que os cicuta-verde podem usar a reprodução assexuada para se replicar ao longo dos anos, até o momento em que encontram um eventual par de acasalamento.
“Alguns dos descendentes desses cogumelos acasalam, enquanto outros não, e o ciclo se repete”, sugerem os pesquisadores.
Fonte: abril