Como o título de uma famosa animação dos anos 90 diz, todos os cães merecem o céu. Às vezes, para a nossa tristeza, eles partem cedo demais. Mas, de acordo com uma pesquisa realizada no Reino Unido, os cachorros pequenos e narigudos têm a chance de viver um pouco mais.
A pesquisa foi publicada no periódico científico Scientific Reports, da Nature, e conduzida pela Dog Trust, uma instituição britânica voltada para o bem estar dos pets. Ela analisou a expectativa de vida de várias raças de cachorro. Os pesquisadores coletaram dados de 584.734 cães (tanto puros quanto mestiços), de 18 organizações de registro e adoção espalhadas por todo o país.
Ao concluir a análise dos animais (dentre os quais pelo menos 280 mil já haviam falecido), os pesquisadores propuseram uma combinação de fatores que influenciam na expectativa de vida dos caninos. O tamanho, sexo e o formato do rosto dos animais são componentes que determinaram quanto tempo o animal pode viver.
“Embora pesquisas anteriores tivessem identificado sexo, formato do rosto e tamanho do corpo como fatores contribuintes para a longevidade canina, ninguém havia investigado a interação entre os três ou explorado a possível ligação entre história evolutiva e expectativa de vida”, disse Kirsten McMillan, cientista de dados da Dog Trust e uma das autoras do estudo, ao The Guardian.
No geral, cães vivem em média entre 10 e 14 anos, mas a pesquisa mostrou quais raças possuem uma maior expectativa de vida em comparação com outras. A combinação dos três fatores mostrou que, considerando raças puras, as cadelas pequenas e com o focinho comprido vivem um pouco mais que os machos, apresentando uma média de 13,3 anos de vida.
As raças de cães que possuem o focinho achatado, possuíam, em média, uma expectativa de vida de 11,2 anos. O Buldogue francês, por exemplo, vive em média 9,8 anos, enquanto o Dachshund, o famoso salsicha, chega aos 14.
O focinho achatado também pode gerar um aumento de 40% de risco de vida nesses animais, já que está associado a diversos problemas de saúde. Estudos ao longo dos anos mostram que a braquicefalia, a condição em que o crânio é mais achatado na proporção com o tamanho da cabeça, pode levar a dificuldades respiratórias e até problemas de pele.
Mas não é só a cara que influencia a expectativa de vida. No mundo dos cães, o mais azarado foi o Pastor-do-cáucaso, um cão de grande porte do grupo dos mastim. Eles são originários da região do Cáucaso, na Europa e Ásia, e possuem uma expectativa média de 5,4 anos.
A pesquisa mostrou também outro detalhe interessante. Os resultados mostraram que os cães de raça pura vivem mais do que os mestiços. O estudo registrou 12,7 anos em média para os puros contra 12 anos dos mestiços (pobre caramelo).
Apesar disso, é importante levar alguns pontos em consideração. A pesquisa não separou os diferentes tipos de cães mestiços: tanto os animais de mistura proposital como aqueles de ascendência completamente desconhecida entraram na mesma conta. E claro, outro detalhe importante. A pesquisa levou em consideração somente a expectativa de vida dos cães do Reino Unido.
Caso queira conferir qual a expectativa de vida para o seu amigo, o Science News montou um buscador comparando a expectativa de vida de várias raças. Voce pode conferir aqui.
Fonte: abril