Sabe quando você está fazendo sexo, a camisinha estourou e você não recorria a nenhum outro método contraceptivo? Muitas vezes, a pílula do dia seguinte é a salvadora da pátria para evitar uma gravidez não planejada nessas situações.
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Mas, alto lá! Apesar de uma grande aliada em emergências, não se pode abusar deste recurso e nem esperar até o dia seguinte para usar. É preciso ter certos cuidados, afinal, é uma alteração importante nos hormônios do seu ciclo menstrual. Por isso, o Dicas de Mulher conversou com uma ginecologista para entender como o método age e em quais situações recorrer a ele.
Como funciona a pílula do dia seguinte?
A pílula do dia seguinte é composta por hormônios progestágenos, ou seja, que imitam a progesterona. “No Brasil, o mais comum é o levonorgestrel, mas há pílulas do dia seguinte em outros lugares do mundo com outras composições”, explica a ginecologista Karen Rocha de Pawn, especialista em Reprodução Humana pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP).
Com isso, ela pode agir de duas formas. A progesterona, durante o ciclo menstrual, é o hormônio que entra após a ovulação. Por isso, quando recebemos uma alta dosagem da substância antes dessa fase, impede-se que ela aconteça. Agora, se ela é ingerida depois da ovulação, os hormônios atrapalham o processo de nidação, que é quando a junção entre espermatozoide e óvulo gruda na parede do útero.
Como usar a pílula do dia seguinte?
A eficácia da pílula do dia seguinte está diretamente relacionada ao tempo que você a ingere depois da relação sexual. Saiba mais sobre como tomá-la:
Como tomar
A pílula pode ser obtida facilmente na farmácia e deve ser ingerida o mais rápido possível. Antigamente eram duas pílulas, mas hoje está disponível uma só com dose dupla de hormônio. Você pode a ingerir a seco ou com água para a ajudar a engolir.
Quando tomar
O ideal é tomar assim que possível. “Após duas horas, a eficácia dela é de 90% e cai gradualmente até 70%, se tomada em até 12 horas”, explica Pawn. Algumas pílulas podem ser tomadas em até 72 horas, mas a regra de quanto mais cedo, melhor, vale para todas.
Outro ponto importante a ressaltar é que a pílula do dia seguinte não é chamada de contraceptivo de emergência à toa. Caso você esteja precisando tomar muitas vezes seguidas, talvez seja o momento de pensar em utilizar outros métodos contraceptivos. A ginecologista explica que, usada repetidamente, a pílula pode perder a sua eficácia.
Além disso, Pawn alerta que quando ela for utilizada em situações de rompimento ou esquecimento de preservativo, é importante realizar exames para infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Afinal, elas não são prevenidas pela pílula do dia seguinte e nenhum outro anticoncepcional senão os de barreira, como a camisinha.
Contraindicações
A pílula do dia seguinte não deve ser usada com frequência, por alterar o ciclo menstrual e arriscar perder a sua eficácia, essa é uma de suas primeiras contraindicações. Ademais, mulheres que já tomam anticoncepcionais mensais (seja pílula comum, DIU, chip anticoncepcional, entre outras) não precisam recorrer a elas, mesmo que não tomem sua pílula com regularidade. “Se ela esquece muito a pílula ou não toma direitinho, os hormônios dessa mulher já estarão bagunçados e a pílula do dia seguinte pode atrapalhar mais ainda”, explica Pawn.
Fora isso, não há grandes restrições ao uso da pílula do dia seguinte, apenas em mulheres com histórico de trombose e problemas do coração. Antes de tomar, converse com a sua ginecologista para entender qual a melhor alternativa para você.
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Efeitos colaterais da pílula do dia seguinte
Por se tratar de uma grande dose de hormônios, a pílula do dia seguinte pode ter efeitos colaterais como:
- Dor de cabeça;
- Náuseas;
- Cólicas abdominais;
- Dor ou sensibilidade nas mamas;
- Sangramento escuro, dependendo da época do ciclo em que foi tomada.
Caso apresente um ou mais sintomas listadas após o uso, consulte um profissional de saúde. Por isso, reforça-se a necessidade de conversar com a sua ginecologista antes de adotar a contracepção de emergência.
Dúvidas frequentes
Com um método tão cheio de cuidados e condições para uso, é normal ter dúvidas! Por isso, a ginecologista Karen Rocha de Pawn respondeu as mais pesquisadas na internet.
Dicas de Mulher: É possível engravidar mesmo tomando a pílula?
Karen Rocha de Pawn:Todo método contraceptivo tem chance de falha. No caso da pílula do dia seguinte, a chance de engravidar aumenta conforme o tempo que você demora para a ingerir depois do ato sexual desprotegido. Para ter certeza, é indicado fazer um teste de gravidez 15 dias depois do acidente.
Quantas vezes posso utilizar a pílula?
Ele é um contraceptivo de emergência. Então, é para usar uma vez a cada 3 ou 4 anos. O problema de ficar tomando a pílula dia seguinte é que o seu ciclo menstrual vai ficar desregulado, e você não saberá mais quando ovula, quando menstrua, não saberá prever mais nada.
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A pílula do dia seguinte pode afetar a fertilidade?
Quando você a utiliza apenas uma vez em anos, ela vai afetar sua fertilidade apenas naquele momento em que você não quer engravidar, mas é incomum deixar algum “efeito residual”.
Como saber se a pílula funcionou?
Infelizmente, a única forma de ter certeza de que você não está grávida, é fazendo o teste de gravidez 15 dias após o ato sexual desprotegido. Antes disso, é preciso apenas ficar atenta a sintomas de gravidez.
Preciso de uma bula para comprar a pílula do dia seguinte?
Aqui no Brasil, você não precisa de nada para comprar uma pílula do dia seguinte. A gente não precisa ter receita, é só chegar na farmácia e pedir uma. Tem uma variedade de marcas e preços.
Por fim, é sempre importante frisar que a pílula do dia seguinte é um método de emergência e que é sempre bom, além da camisinha, ter algum outro método contraceptivo a mão. Além da pílula anticoncepcional, existem alternativas de longa duração, como o DIU de Mirena e o chip anticoncepcional.
Fonte: dicasdemulher