Sophia @princesinhamt
Ciência & Saúde

Astronautas usarão xixi reciclado para abandonar fraldas no espaço

2024 word2
Grupo do Whatsapp Cuiabá

Que atire a primeira pedra quem nunca passou por isso: você está flutuando no ácuo do espaço em um traje branco hermeticamente fechado e a bexiga decide que é hora do .

Não, não á para segurar: na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), uma caminhada fora da nave leva até oito horas se você está fazendo manutenção em uma lata recheada de oxigênio e colegas de trabalho a 408 km de altitude, não é uma boa se distrair com o aperto.

O jeito é fazer pipi na fralda mais high tech do mundo, projetada pela Nasa nos anos 1980 e batizada de maximum absorbency garment (“vestuário de absorção máxima”, em um daqueles típicos eufemismos científicos).

Por mais máxima que seja a absorção, os astronautas ainda costumam voltar assados do rolê. Dado que só existe banho seco na ISS e que passar Hipoglós na frente dos seus colegas ex-pilotos de caça e doutores em física é constrangedor –, problemas ainda piores, como infecções urinárias, também são comuns. 

Felizmente, um grupo de pesquisadores liderados por Sofia Etlin, professora da Cornell, desenvolveu um sistema a vácuo para sugar a urina. O líquido vai para um dispositivo de 8 kg atado às costas do astronauta (ainda bem que, na prá, ele não pesa nada), onde um filtro transforma a excreção em água potável.

Atualmente, os astronautas precisam carregar a própria água potável, ou seja: o dispositivo resolve dois problemas em um. A tecnologia foi descrita em um artigo científico publicado no periódico Frontiers in Space Technologies.

O processo de testagem de um equipamento desses é demorado. De acordo com a reportagem do site especializado Space.com, os astronautas ainda precisão usar fraldas comuns ao longo do ano que vem. Mas, caso você tenha planos de mandar um currículo para a Nasa num futuro próximo, regojize: logo o banheiro não será mais um problema.

Se estiver sem água potável, devo beber meu próprio xixi? 

Você já deve ter ouvido falar que, se estiver perdido em uma ilha deserta com a companhia da bola Wilson, é melhor beber seu próprio xixi do que água do mar ou água contaminada. Adivinha só: é balela.

É verdade que a urina não tem patógenos causadores de doenças, o que é um ponto positivo. (Os propagadores desse mito também gostam de dizer que se trata de um líquido estéril, mas não é verdade. Nosso chuveirinho dourado contêm bactérias e outros seres minúsculos, mas eles são inofensivos para nós.)

O problema é outro: ela está repleta de substâncias tóxicas que o seu corpo quer e precisa eliminar.

Normalmente, o xixi é 95% água, mas se você está perdido sem acesso a água potável, seu corpo naturalmente produzirá uma urina mais concentrada. Esses poluentes vão gerar o mesmo problema que os sais da água do mar: farão suas células perderem líquido mais rápido, não menos.

Isso acontece por causa de um fenômeno chamado osmose: se a concentração de algo do lado de fora das suas células é mais alta que a concentração dentro delas, o líquido tende a sair das células para compensar isso e manter a diluição em um patamar constante.

Fonte: abril

Sobre o autor

Avatar de Redação

Redação

Estamos empenhados em estabelecer uma comunidade ativa e solidária que possa impulsionar mudanças positivas na sociedade.