Devido à rotina agitada e o acúmulo de funções, o cansaço mental é recorrente. Um panorama que se agravou com a pandemia da Covid-19, assim como os quadros de ansiedade e depressão, mas que, há tempos, vem tirando o sono de muitas mulheres. Para você saber como lidar com esse cenário, a Psicóloga Clínica e Hospitalar do HCSG, Marli Cunha (CRP 06.46537-3), deu informações e dicas importantes. Acompanhe!
O que é o cansaço mental
De acordo com a psicóloga Marli, o cansaço mental é um esgotamento que resulta do acúmulo de funções: “é um tipo de esgotamento e estafa mental que podemos entender como se o cérebro estivesse sobrecarregado em suas funções, tais como a concentração, memória e absorção de fatos, retenção de informações, de forma geral com essas e outras funções comprometidas”.
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A psicóloga apontou que esse problema pode sim, ser considerado uma patologia, dependendo do nível de sintomas. “O cansaço mental pode ser identificado como sendo uma patologia se estiver num nível elevado de sintomas. Inclusive, observamos a cada dia, um aumento de casos de diagnósticos dessa fadiga mental, de elevado nível de stress e transtornos mentais, novas patologias em classificação como, por exemplo, a Síndrome de Burnout, no ápice do cansaço mental”, explica.
Quais são os sintomas do cansaço mental
Segundo Marli, os sintomas do cansaço mental podem vir em níveis diferentes, com alterações de pessoa para pessoa. A psicóloga elencou os mais comuns. Veja a seguir!
- Insônia: é quando falta o sono reparador, e a pessoa parece não desligar, conforme pontua a psicóloga: “tem sido um sintoma muito presente mesmo para quem esteja num esgotamento, pois trata-se de um cansaço no qual a mente parece não desligar-se, seria como se mesmo na exaustão algo impede para que haja um descanso ou reparação. Significa que a pessoa não consegue dormir e, se dorme, não tem um sono reparador”.
- Baixo rendimento: “quando o ritmo ou rendimento nas tarefas ficam prejudicados ou comprometidos, sem ânimo e não consegue efetuar atividades, têm dificuldade em exercer algumas tarefas simples da mesma forma, tudo fica meio que automatizado”, explica Marli.
- Memória fraca: um dos sintomas pode ser o esquecimento em tarefas simples do cotidiano ou a dificuldade de lembrar de algo importante.
- Negatividade: segundo a psicóloga é quando há a perda de noção do lado bom das coisas, e a pessoa dá mais espaço às angústias e tristezas.
- Dores de cabeça: quando esse problema se torna frequente é o momento de procurar ajuda, como esclarece Marli: “justamente nesse momento se usam medicações e na maioria das vezes, por conta própria e depois de um tempo, verificam que essas dores excederam o normal e procuram ou deveriam procurar um médico especialista, neurologista para checar, assim como um psiquiatra e psicólogo”.
- Baixa imunidade: o cansaço mental pode desencadear o adoecimento ou a piora de algum quadro. “Se há alguma doença-comorbidade, um asmático, por exemplo, nesse estágio de cansaço, poderia ter mais crises de asma ou adoecer mais. Assim como outras doenças e complicações advindas de baixa de imunidade”, pontua.
- Falta de motivação e tristeza: momento em que o nível de sensibilidade da pessoa aumenta, sentindo-se desmotivado em relação a quase tudo: “o nível de sensibilidade faz com que essa pessoa esteja mais suscetível e tudo pode lhe atingir ou lhe tocar, pode facilmente chorar por coisas simples e esse estado abalado trás culpa por não fazer e não conseguir. Nesse ciclo fica cada vez mais difícil interromper esse processo, justamente onde a pessoa adoece (física e psiquicamente)”, finaliza Marli.
Todos esses sintomas, ao se tornarem cada vez mais presentes, devem ser acompanhados por um profissional para que se verifique a causa e as melhores indicações de tratamentos. Na sequência, fique por dentro das principais causas do cansaço mental!
Quais são as causas do cansaço mental
Assim como os sintomas podem ser diversos, as causas do cansaço mental também. A origem pode estar relacionada a alterações fisiológicas, alguma doença, estresse ou efeito colateral. Além disso, a psicóloga enumerou outros fatores que influenciam no cansaço mental. “Tudo pode contribuir para o cansaço mental: uma vida sedentária, dieta desequilibrada, excesso de trabalho, poucas horas de sono ou sono irregular e o acúmulo dessas condições inadequadas. Situações que podem desencadear o cansaço mental num nível que impossibilite as funções”, relata.
9 dicas para combater o cansaço mental
Marli explica que, de modo geral, uma boa dica é romper o ciclo que está causando o cansaço mental e preencher com novas condutas. Acompanhe a seguir mais dicas para se liberar dessa carga negativa!
1. Invista em algo novo para relaxar
Isso varia muito de acordo com os gostos pessoais, mas vale buscar uma atividade física, relaxamento ou exercícios de respiração.
2. Cuide do corpo físico
Marli chama a atenção para os cuidados com a imunidade e com o corpo físico: beber bastante água, além de se alimentar corretamente.
3. Reencontre amigos e familiares
Quem não gosta de estar rodeado pelas pessoas que ama? Permita-se aproveitar os momentos ao lado dessas pessoas!
4. Evite relações tóxicas
Não continue em algo que traz uma carga negativa, afetando o seu humor e as relações pessoais. Busque ambientes diferentes para sair do ciclo ou desse cenário.
5. Tire férias e viaje
Se você conseguir, tirar férias e viajar é excelente para se conectar com novos lugares, novas pessoas, novos gostos e se distrair com um tempo em off.
6. Busque exercício de meditação guiada
A sua rotina não permite uma viagem ou as férias estão muito longe? Inclua o exercício de meditação guiada ao seu dia a dia. Aproveite e anote essa dica da psicóloga: “busque exercícios de meditação guiada, visualize locais nos quais gostaria de estar e faça tentativas de técnicas mentais. Hoje em dia, encontramos nas redes sociais algumas ferramentas que podem ser um começo”.
7. Procure não exceder o horário de trabalho
Se não estiver em home office, evite não levar trabalho para casa e resolva as situações no próprio ambiente de trabalho, para não gerar ansiedade nem acúmulo. Agora, se você trabalha em casa, organize-se para não exceder o horário e não se sobrecarregar.
8. Faça uma avaliação da sua saúde física e mental
Ter alguém para auxiliar no processo é fundamental, principalmente dependendo dos sintomas. Procure ajuda de um profissional para avaliar a sua saúde física e mental.
9. Defina seus propósitos
Definir os seus propósitos é ter no que acreditar e no que se apoiar. Nas palavras da psicóloga “acima de tudo, busque significado e algo que lhe faça feliz!”
Comece investindo em uma conexão consigo mesmo através de práticas, como a meditação. Uma forma de se interligar com o presente, esvaziar espaços e criar novos caminhos mentais!