Os efeitos dos incentivos do governo à indústria automotiva são vistos com mais clareza na primeira quinzena de julho, quando as vendas de automóveis e comerciais leves atingiram 104.001 unidades nos primeiros quinze dias do mês, volume 79,2% maior que o mesmo período do mês anterior (58.044 unidades), conforme dados da Fenabrave (Federação dos Distribuidores de Veículos).
Na comparação com julho de 2022, quando foram computadas 72.294 unidades, a alta é de 38,1%. E no acumulado de 2023, as vendas de automóveis e comerciais leves já chega nos 1.037.266 unidades, o que representa um acréscimo de 12% se comparado ao mesmo período do ano passado. Os números são animadores, mas a alegria pode não durar muito, já que os R$ 800 milhões de renúncia fiscal para os modelos até R$ 120 mil já se esgotaram e os preços de tabela devem voltar a subir de novo.
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De qualquer forma, entre cinco primeiras colocadas em julho, a Fiat lidera, com 21.300 unidades (20,5%), seguida da VW, com 19.252 (18,5%), GM (15,028 e 14,4% de participação), Hyundai (13.016, 12,5%) e Toyota (8.363, 8%). Entre os modelos mais vendidos, houve quase um empate entre Hyundai HB20 (7.416) e VW Polo (7.368), com Chevrolet Onix em terceiro (6.002), Fiat Strada (5.154) e VW T-Cross (4.540).
Ao considerar os seis primeiros meses de 2023 e mais metade de julho, o Chevrolet Onix ainda liderada o ranking, com 50.112 unidades, seguido de perto pelo VW Polo 45.090 e com o Hyundai HB20 na terceira colocação, com 41.418 unidades. Em 2022, o modelo da marca coreana foi o modelo mais vendido do Brasil pelo segundo ano consecutivo, deixando para atrás do concorrente da GM, que ficou seis anos seguidos na liderança, entre 2015 e 2020.
Aliás, em 2023, o compacto da Chevrolet pode fechar o ano novamente fora da liderança de vendas pelo forte ritmo com o que o VW Polo vem avançando nas vendas desde a chegada da versão Tracker, no final de fevereiro. Já em maio, o hatch da marca alemã superou o rival da GM e, desde então, vem se mantendo na frente do concorrente. O Polo Tracker faz as vezes do Gol, o carro mais vendido do Brasil por 27 anos seguidos.
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Com a crise dos semicondutores, a partir de 2020, a GM foi uma das marcas mais prejudicadas com as interrupções de produção nas linhas de montagem por falta de componentes, o que acabou custando a liderança do Onix em 2021, por uma ironia do destino. Isso porque o mérito de ter sido o precursor das centrais multimídia, o que exige maior quantidade de chips, tornou-se um “handcap” na briga com rivais menos sofisticados.
A nova geração do Onix está sendo esperada para o ano que vem, com base no Monza chinês, mas isso pode não ser o suficiente para o hatch da GM voltar a liderar as vendas, já que as rivais tiveram tempo para se desenvolver e a diferença tecnológica diminuiu. Além disso, a fabricante americana vai precisar de uma versão de entrada que tenha preço compatível com o dos rivais, bem como os mesmos níveis de economia, eficiência, segurança e equipamentos.
Fonte: autoo