O Grupo Renault anunciou nesta terça-feira (8) a entrada em uma nova fase de seu plano estratégico de longo prazo, etapa que será chamada Revolution.
Entre os destaques figuram o estreitamento da parceria dos franceses com o Google para acelerar o desenvolvimento dos veículos definidos por software, na sigla em inglês SDV (Software-Defined Vehicles).
Apontada como o caminho para o “carro do amanhã”, a tecnologia SDV é o novo foco das grandes fabricantes globais ao permitir uma série de integrações e serviços que poderão ser oferecidos ao motorista ou aos passageiros dos automóveis, de olho também no futuro dos carros autônomos.
Entre outras vantagens a tecnologia SDV, segundo detalha o Grupo Renault, “poderá reduzir os custos de desenvolvimento, melhorar a eficiência, flexibilidade e rapidez do desenvolvimento de veículos, bem como agregar valor para os usuários, graças à inovação contínua de softwares”.
Por meio da integração com o Google Cloud, destaca a Renault, o gerenciamento de dados dos veículos analisados por softwares específicos permitirão, entre outras funções, sugerir aos motoristas a realização de manutenções preventivas, detectando e até retificando, se necessário, falhas do veículo quase em tempo real.
Também será possível a criação de modelos de seguros, por exemplo, baseados no uso do carro e comportamento dos motoristas avaliados no uso cotidiano.
Além da tecnologia
Indo além do fator tecnologia nas operações do Grupo Renault, merece destaque o fato de que a empresa acredita que os veículos com motor térmico e híbridos ainda deverão representar cerca de 50% das vendas mundiais de carros de passeio até 2040.
Para atender mercados emergentes, como é o caso do Brasil, o grupo francês ainda vai investir em novidades com propulsores a combustão e modelos híbridos para as marcas Renault, Dacia e a linha de veículos comerciais da fabricante.
Como uma forma de amortizar os custos para seguir aprimorando os motores térmicos, o Grupo Renault e a chinesa Geely vão combinar seus negócios nesse segmento.
Chamada de projeto Horse, a iniciativa conta com capital igualitário entre as empresas e, desde o primeiro dia de operação, “esta unidade terá um faturamento superior a 15 bilhões de euros e um volume de 5 milhões de unidades anuais, atendendo 8 clientes que se beneficiarão de um aumento de sinergias e produtividade”, detalha o Grupo Renault.
O projeto Horse vai englobar uma rede com 17 fábricas de motores e cinco centros de pesquisa e desenvolvimento distribuídos pela Europa, China e América do Sul, totalizando 3 mil engenheiros envolvidos com a iniciativa. No total, 19 mil colaboradores em três continentes farão parte do projeto Horse.
Por fim, levando em conta mercados e regiões como América Latina, Índia, Coreia do Sul e Norte da África, a Renault estima um crescimento na venda de seus modelos a combustão e híbridos em escala global à ordem de 2% ao ano em média no período entre 2022 e 2030.
A marca Renault também reitera seu compromisso de aumentar sua participação em segmentos acima dos veículos compactos, o que ajudará a marca a elevar sua receita líquida em 20%.
Para levar adiante esse plano aqui no Brasil, a Renault já anunciou a nacionalização da plataforma CMF-B, a qual dará origem a um SUV inédito no mercado brasileiro. Além disso, a empresa também vai produzir localmente seu motor 1.0 turbo com injeção direta.
A entrada da Renault no segmento de SUVs intermediários ou médios aqui no Brasil também é esperada com um produto derivado do conceito Dacia Bigster.
Fonte: autoo