As vendas de modelos eletrificados alcançaram 7% do total de automóveis e comerciais leves em 2024, de acordo com dados da consultoria Bright Consulting. Conforme a mesma fonte, no ano anterior, a média ficou em 4,3%, portanto, trata-se de uma alta significativa. Mas a participação das marcas tradicionais, que estão instaladas há décadas no Brasil, tem ficado bem abaixo das chinesas novatas.
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Se formos verificar o ranking dos modelos eletrificados mais vendidos na primeira quizena de janeiro de 2025, de acordo com dados do Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores), veremos que o elétrico numero um em vendas é o BYD Dolphin Mini, com 598 unidades.
Indo para os híbridos plug-in, temos o BYD Song Pro (1.076). Entre os híbridos leves, aparece o Fiat Fastback (1.676) e, no caso dos híbridos completos, o mais vendido é o GWM Haval H6 (986).
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BYD lidera vendas de eletrificados
Este último, aliás, pelo menos até o final da primeira metade de janeiro de 2025, está na frente do Toyota Corolla Cross híbrido, um dos seus principais rivais nesse segmento. A marca japonesa deverá ampliar suas vendas no terreno nos híbridos com a chegada do tão esperado Yaris Cross, que estreará entre o final do primeiro semestre e o início do segundo.
Porém, exceto por um outro híbrido leve da Stellantis, Renault e GM, que devem aparecer até o final do ano, não teremos muitas novidades da fabricantes tradicionais entre os eletrificados até o fim de 2025. Mas será que estes lançamentos vão fazer muita diferença o ranking de vendas?
Ainda segundo dados da Bright Consulting, a participação dos híbridos leves entre os eletrificados ficou em apenas 1,6% em 2024, ante 4,2% dos híbridos plug-in, 1,2% dos híbridos completos e 1,8% dos totalmente elétricos.
O gosto do brasileiro que compra carro novo hoje em dia pelos híbridos leves ainda é uma dúvida. Atualmente o ticket médio já ultrapassou os R$ 150 mil e as pessoas estão cada vez mais exigentes, à procura por modelos realmente eficientes e que valham a pena. A relação entre custo e benefício de vários chineses tem explicado a razão pela qual modelos de marcas tradicionais têm ficado de lado.
O consultor associado da Bright Consultig, Cássio Pagliarini, observa que “se formos olhar para modelos das marcas tradicionais, veremos que, na maioria das vezes, eles não tem um preço tão atrativo ou o conteúdo não está adequado”.
“A Toyota é uma exceção, com produtos eletrificados com bom conteúdo fabricado no Brasil, mas nas outras marcas isso não acontece”, acrescenta ele.
Marcas tradicionais contra-atacam
Sofrendo com perda de participação nas vendas para marcas chinesas, as associadas da Anfavea (Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores) devem apelar ao governo para investigar se existe alguma prática desleal das rivais vindas da China, assim como tem sido feito em outros países, inclusive da Europa e nos Estados Unidos.
A entidade, inclusive, por meio do presidente Marcio de Lima Leite, chegou a enviar um comunicado à imprensa dizendo o seguinte: ” Há estudos de mercado em andamento. A Anfavea defende a livre concorrência e a prevenção de práticas que prejudiquem o mercado automotivo brasileiro, zelando pelos clientes, empregados, concessionários, fabricantes e indústria de autopeças”.
Para se defenderam de alguma forma das rivais chinesas, algumas das fabricantes tradicionais estão trazendo ao Brasil marcas da China das quais têm o controle. É o caso da Stellantis, com a Leapmotor, e da GM, com a Baojun.
A primeira terá o SUV elétrico médio C10 e o subcompacto T03 em 2025. Até o fim do ano, a Chevrolet vai trazer o SUV elétrico compacto Spark EUV, baseado no Yep Plus chinês. Será o suficiente? É o que veremos até o final do ano.
Fonte: autoo