As marcas chinesas têm avançado com rapidez no mercado, tanto no Brasil quanto no mundo. Apenas no mercado brasileiro, de acordo com dados divulgados pela consultoria Bright Consulting, passaram de 2,8% em 2024 para 6,7% em 2024, uma alta de 119,6%. Além disso, algumas delas lideram vendas em segmentos específicos.
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É o caso da BYD, que se tornou a marca de modelos elétricos e híbridos plug-in mais vendida no Brasil em 2024, ainda conforme a mesma fonte, com 72,3% e 52,1% de participação, respectivamente. Em seguida, vem a Great Wall, com 10,4% e 25,3%. A sueca Volvo ficou em terceiro lugar, com 6,1% e 9,4%.
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Mercado bem exigente
A BYD e também aparece em destaque na lista dos modelos elétricos e híbridos plug-in mais vendidos no ano passado. O líder entre os eléricos foi o Dolphin Mini e o PHEV Song Plus. O híbrido leve mais vendido foi o Fiat Fastback e o completo o Toyota Corolla Cross.
Portanto, vemos duas marcas tradicionais atrás de chinesas. Não é à toa que algumas fabricantes que estão instaladas no Brasil há décadas estão criando alianças com as da China, chegando, inclusive, a trazer modelos chineses ao mercado brasileiro. É o caso da GM, com o pequeno SUV elétrico Baojun Yep Plus, da Stellantis, com o SUV médio Leapmotor C10 e o subcompacto T03, além do Ford Territory e a picape Fiat Titano, que são projetos chineses.
A força dos chineses se baseia na alta tecnologia combinada com preços competitivos, o que tem sido atingido com novos paradigmas e custos operacionais geralmente menores que o das fabricantes seculares, que estão precisando fazer uma verdadeira revolução para conseguirem se manter fortes no acirrado mercado automobilístico global.
Oferecer produtos que sejam modernos, seguros e eficientes é fundamental, principalmente agora, na era da eletrificação. Ainda conforme a Bright Consulting, os modelos eletrificados representaram 7% nas vendas totais do mercado em 2024, ante 4,3% em 2023, uma aumento de 87,5%.
Como o ticket médio em 2024 já atingiu R$ 152.500, o público que compra um veículo novo no Brasil está bem mais exigente e sabe o que está comprando na maioria das vezes. Então, é claro que boa parte vai acabar escolhendo por modelos mais eficientes e que custam menos, como é o caso de vários chineses, como o BYD Dolphin Mini entre os elétricos e do Song Plus entre os híbridos Plug-in.
Isso pode ser comprovado pela participação dos tipos de eletrificados no mercado em 2024. A grande parte das vendas ficaram por conta dos 100% elétricos (61.140 unidades) e dos híbridos plug-in (62.409), com os híbridos leves em em seguida (51.175). Diante disso, a questão é: será que as marcas tradicionais vão conseguir oferecer alta eficiência pelo custo ideal no Brasil?
Pelo menos por enquanto, a resposta é que vão precisar se aliar aos chineses, como algumas já estão fazendo. Modelos híbridos leves não parecem que vão convencer a maioria na comparação com os híbridos completos, os plug-ins e os 100% elétricos, que custam (bem) mais para serem produzidos.
Vamos aguardar o desenrolar de 2025, mas pelo o que já foi observado em 2024, as fabricantes tradicionais terão um grande desafio pela frente, ainda mais com altas taxas de juros, vendas diretas representando 45% do total e uma política econômica envolvendo taxas e impostos, inclusive de importação, ainda complicada.
Fonte: autoo