Funcionários da fábrica da GM em SP cruzaram os braços em resposta às demissões em massa da empresa. A decisão por parte dos trabalhadores ocorreu após assembleias realizadas no domingo, 22.
Greve dos funcionários da fábrica da GM em SP
No último sábado, 21, muitos trabalhadores foram pegos de surpresa com o comunicado da GM de demissão em massa em três fábricas no estado de São Paulo.
Alguns deles foram informados por telegrama da dispensa que ocorreu nas cidades de São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes.
De acordo com o Sindicato do Metalúrgicos por meio de nota enviada à imprensa, a fábrica só voltará a produzir após o cancelamento dos cortes e garantia de estabilidade no emprego para todos.
A aprovação ocorreu em assembleia unificada entre os três turnos, que já havia sido votada no sábado e domingo serviu como confirmação.
O intuito é justamente reverter as demissões anunciadas. Veja um trecho do comunicado:
“A condição para a volta ao trabalho é o cancelamento de todas as demissões que foram comunicadas no sábado (21), por meio de telegramas e e-mails. Os trabalhadores também exigem estabilidade no emprego e manutenção dos postos de trabalho.”
O Sindicato ainda destaca que as demissões em massa foram realizadas no sábado por e-mail e telegramas sem negociação prévia.
Além disso, o sindicato também afirma que a GM também descumpre a legislação vigente, que obriga as companhias a abrirem negociação com os sindicatos da categoria antes de qualquer demissões em massa.
“A GM agiu de forma ilegal, por desrespeitar o acordo e a legislação, e imoral, por desrespeitar os trabalhadores. Não vamos produzir um parafuso sequer, enquanto as demissões não forem canceladas”, afirma o vice-presidente do Sindicato, Valmir Mariano.
Entenda o caso
Em junho, a GM assinou, por intermédio do sindicato dos metalúrgicos de São José filiado à CSP-Conlutas, um acordo de layoff, com redução da carga horária e suspensão de contratos de trabalho sem grandes ônus aos trabalhadores.
O documento garante a estabilidade dos empregos para todos os funcionários até maio de 2024.
No entanto, o sindicato afirma que as demissões atingiram os trabalhadores que estavam em layoff, assim como os que estavam na fábrica.
A GM, por sua vez, alega que tomou a decisão de adequar o quadro de funcionárias devido a queda nas vendas internas e exportações.
“Entendemos o impacto que esta decisão pode provocar na vida das pessoas, mas a adequação é necessária e permitirá que a companhia mantenha a agilidade de suas operações, garantindo a sustentabilidade para o futuro”, explica a GM.
A montadora tem cerca de 4 mil trabalhadores em São José dos Campos, mas não informou quantos foram os empregados demitidos.
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Fonte: garagem360.com.br